Turismo
São Roque quer se tornar a Capital do Vinho
Projeto já foi protocolado na Assembleia Legislativa; título ressalta a tradição e a qualidade das bebidas produzidas na região

Na terça-feira (18), foi comemorado o Dia Mundial do Vinho, data não somente em homenagem aos amantes de um bom vinho, mas também em que o mundo celebra o impacto cultural e econômico gerado pela bebida e pela viticultura em diversas partes do mundo. Uma das mais representativas na região é São Roque, cidade da Região Metropolitana de Sorocaba. E por meio de um pedido do vereador Diego Costa (PSB), o deputado estadual Vitão do Cachorrão (Republicanos) protocolou, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), o Projeto de Lei nº 85/2025 que propõe declarar o município de São Roque como a “Capital Estadual do Vinho”.
O vereador destaca a relevância deste título ao ressaltar a tradição e a qualidade dos vinhos produzidos na região. Segundo ele, a cidade é reconhecida por suas belezas naturais, seu clima serrano e gastronomia, tendo o enoturismo como um dos principais atrativos. “São Roque se tornou um destino obrigatório para apreciadores de vinho e turistas de diversas partes do Brasil. Este reconhecimento oficial fortalecerá ainda mais a identidade do município, impulsionando o turismo, valorizando os produtores locais e promovendo o desenvolvimento econômico da região”, afirma.
Costa explica que o Projeto de Lei já está em tramitação na Alesp e passará por todas as etapas do processo legislativo antes de ser levado à votação. Vitão do Cachorrão era vereador por Sorocaba antes de se tornar deputado.
É destaque
O gerente de vendas Ivan Souza, 41 anos, gosta muito de vinhos, tanto que coleciona algumas garrafas. “Já fui em São Roque e gosto muito. Lugar agradável, com bons restaurantes. Lá se consegue conhecer vinhos, tem um atendimento excelente, além do ótimo clima”, comenta.
Ainda conforme ele, para quem não tem oportunidade de conhecer outros estados com rotas de vinho, como o Rio Grande do Sul, que é um pouco mais forte nessa área, São Roque se destaca. “Tem um contexto de harmonia, família, reunião de amigos. É realmente muito agradável para se passar um domingo por lá”, analisa.
Por isso, Ivan Souza acredita ser válido o título de Capital Estadual do Vinho para a São Roque. “Tem poucas coisas neste sentido no Estado e São Roque tem uma rota de vinho muito completa, por mais que Jundiaí e outras cidades também tenham”, opina.
Terra do Vinho
Jundiaí possui mais de 20 adegas produtoras de vinho. Aliás, é uma característica da região ter municípios com destaque nessa temática gastronômica, como Piedade, que é conhecida como a Capital Nacional da Alcachofra — a região é um importante polo de cultivo, representando cerca de 65% da produção nacional. O título foi aprovado pela Câmara dos Deputados ano passado.
São Roque mantém a tradição de “Terra do Vinho” desde a vinda dos imigrantes italianos e portugueses no fim do século 19. Dezenas de vinícolas estão próximas à zona urbana, dentre as quais várias possuem estrutura com restaurante. Em algumas adegas é possível conhecer a produção (tonéis, engarrafamento, degustação e acervo de máquinas antigas na produção do vinho).
Um dos passeios mais procurados de São Roque é o Roteiro do Vinho, no qual todas as vinícolas envolvidas fazem degustações de produtos, com algumas oferecendo experiências de harmonização e aulas sobre os vários tipos de vinhos, percepção de aromas e sabores para “educar” o paladar. (Tom Rocha)
Mercado no Brasil está em expansão
O mercado de vinho está em franca expansão e o Brasil vem se posicionando como um dos países da América Latina com mais consumidores, segundo dados mais recentes da Wine Intelligence, consultoria especializada no segmento. No âmbito mundial também não fica de fora. O país já ocupa a 14ª posição no ranking entre os maiores mercados de vinho do mundo.
Somente em 2024, o Brasil importou mais de 12 milhões de caixas de nove litros da bebida, aumento de 11,8% em relação ao ano anterior. O desempenho ainda resultou em um faturamento de US$ 379.003.390, um crescimento de 12,6%, nos últimos dois anos, de acordo com levantamento da Ideal Bl + Consulting, empresa de inteligência de mercado em vinhos e espumantes.
Os brasileiros lideram o consumo de vinhos vindos do Chile, seguidos de Argentina, Portugal, França e Itália. Entre os principais rótulos consumidos estão os produzidos pelas vinícolas Santa Rita, Doña Paula e Carmen. Algumas das bebidas são o 120 Reserva Especial, da Santa Rita, e Carmen Reserva Frida Kahlo e Carmen Insigne, da vinícola Carmen.
“Os melhores rótulos são produzidos a partir de uvas com melhor adaptação ao solo, clima e técnicas da região e o Chile oferece essa combinação perfeita. Entre elas estão a Cabernet Sauvignon, a variedade mais cultivada no país e a mais popular do mundo, resultando no Cabernario, um tinto expressivo que atende público que aprecia vinhos mais robustos”, explica Juan Pablo Consiglio Oelckers, country manager do Grupo Santa Rita States no Brasil.
Ainda conforme ele, a Sauvignon Blanc também muito cultivada e apresenta aromas de frutas cítricas e tropicais, notas herbáceas e um toque mineral, como o Floresta, da linha Colecion de Origen e a Carménère, que produz vinhos de taninos médios e aromas de frutas vermelhas e típico toque herbáceo, seguido pelo Carmen Delanz Carménère Apalta.
MEIOS DE COMERCIALIZAÇÃO
- 57% a partir do próprio distribuidor
- 23% em supermercados
- 9% em vinícola e comércio on-line
- 1% em distribuidor nacional
CONSUMO POR REGIÃO
- 53,9% - Sudeste
- 25,8% - Sul
- 12% - Nordeste com 12%
- 6,8% - Centro-Oeste com 6,8%
- 1,6% - Norte com 1,6%
CONSUMO POR ESTADO
- São Paulo
- Rio de Janeiro
- Santa Catarina
- Minas Gerais
- Paraná
- Rio Grande do Sul