A temporada da colheita da alcachofra começou em Piedade, Ibiúna e São Roque, que respondem por cerca de 90% da produção nacional. Os municípios fazem parte da Região Metropolitana de Sorocaba (RMS). A alcachofra, amplamente apreciada na gastronomia, é utilizada desde preparações mais simples até as mais elaboradas. Reconhecendo sua importância econômica e cultural, uma lei federal, aprovada em abril deste ano, declarou Piedade como a Capital Nacional da Alcachofra, reforçando a posição da cidade como centro de referência na produção desse vegetal no Brasil.

A colheita da alcachofra vai além do abastecimento interno. Segundo a maior produtora de alcachofras do país, a Saibai, a safra deste ano tem apresentado resultados promissores, com boa qualidade dos produtos e expectativa de maior demanda. “A Safra está sendo muito boa, tivemos e estamos passando por uma estiagem o que prejudica um pouco a formação da parte vegetativa das plantas de alcachofra, no entanto as chuvas que recebemos esse ano vieram no momento certo, bem nós picos de seca”, informou o produtor rural Otávio Neves.

Além de abastecer o mercado interno, a produção deste ano deve superar a do ano passado. De acordo com a Saibai, a produtividade em 2023 foi de 800 caixas por hectare. “Nós enviamos alcachofra para vários Estados (RS, PR, RJ, MG, ES, CE, MS, MT, PA, AM) e Distrito Federal. A Cooperativa Hortifruti Holambra (HFH) tem nos ajudado a distribuir e comercializar alcachofras em outros Estados”, diz Neves. Para este ano, a estimativa é que a colheita alcance mil caixas por hectare.

A área cultivada chega a 200 hectares, Com Piedade se destacando com 120 hectares e, pelo menos, 20 produtores. Esse protagonismo tem como base a geografia da cidade, que oferece as condições ideais para o crescimento e desenvolvimento das plantas.

Muito conhecida por sua beleza, a alcachofra também é usada para dar sabor às refeições. Sua floração se dá muito na primavera e, exatamente nesse período, a busca pela flor é alta, como conta Otávio. “As tendências na gastronomia, influenciadas por grandes chef’s de cozinha e festividades gastronômicas nessa época do ano, impulsionam o consumo da alcachofra”.

O preço de venda também está mais atrativo, variando entre R$ 87 e R$ 170 por caixa. “O valor da alcachofra varia de acordo com o tamanho da flor”, comenta Otávio. Além da qualidade elevada da produção, o setor foi impulsionado pelo título concedido ao município, que fortaleceu ainda mais a imagem da região como principal produtora do País. (João Frizo - programa de estágio)