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Trânsito

Especialistas falam sobre posição de Sorocaba em ranking de acidentes fatais

O que pode explicar e o que fazer diante desse quadro grave e preocupante?

31 de Julho de 2024 às 11:13
Da Redação [email protected]
Acidentes fatais vinham tendo redução e subiram em 2021
Acidentes fatais vinham tendo redução e subiram em 2021 (Crédito: LUIZ SETTI / ARQUIVO JCS)

Sorocaba é a cidade com maior índice de acidentes fatais no trânsito do Estado de São Paulo, com 112 óbitos nos últimos 12 meses, entre 25 cidades com mais de 300 mil habitantes. Os dados são do Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito do Estado de São Paulo (Infosiga-SP), gerenciado pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran-SP).

Para o cálculo da estatística, o Infosiga-SP se baseia na triagem de boletins de ocorrências da Polícia Civil. Somente nos quatro primeiros meses de 2024, foram registrados 45 acidentes fatais, superando os números do primeiro semestre de 2023, de 43 ocorrências.

Mas, o que pode explicar essa situação grave e até trágica? E, principalmente, como mudar esse quadro? Nós falamos com Jorge Luiz Júnior, chefe da Divisão de Fiscalização e Mobilidade Urbana, da Prefeitura de Sorocaba. Também temos a avaliação da consultora educacional de Mobilidade Urbana, Stefânia Alvise, que falou sobre o assunto em uma entrevista no Jornal da Cruzeiro, da rádio Cruzeiro FM 92,3.

Começamos com o chefe da Divisão de Fiscalização e Mobilidade Urbana Jorge Luiz Júnior. Segundo ele,  “hoje, na cidade, nós temos aproximadamente um pouco mais de 700 mil habitantes e 515 mil veículos cadastrados, sem contar os carros que estão apenas de passagem. Portanto, temos um fluxo veicular muito grande. Porém, analisando os dados, eu vejo que os acidentes estão ligados à imprudência dos motoristas. As últimas ocorrências, por exemplo, foram em razão do excesso de velocidade com junção de álcool”.

Jorge Luiz Júnio no Centro de Controle Operacional Integrado (CCOI) de Sorocaba - Fábio Rogério
Jorge Luiz Júnio no Centro de Controle Operacional Integrado (CCOI) de Sorocaba (crédito: Fábio Rogério)

Para reverter esse cenário, Jorge Luiz acredita em ações de conscientização. “Nós precisamos trabalhar com a educação para o trânsito, fazendo as blitze educativas e conscientizando o condutor em questão da velocidade, do respeito às leis do trânsito, consumo de álcool, e até mesmo sobre a desatenção, que por muitas vezes também provocam acidentes fatais”, conclui.

Psicologia Comportamental no Trânsito

Em entrevista à rádio Cruzeiro FM 92,3, Stefânia Alvise também analisa a situação do município e, principalmente, a falta de atenção dos motoristas e a incapacidade de reagir adequadamente. De acordo com a especialista, alguns estudos indicam que cerca de 30% dos acidentes de trânsito estão relacionados a problemas de saúde mental.

Stefânia Alvise é consultora educacional de mobilidade urbana e sobre o trânsito em nossa região - Arquivo Pessoal
Stefânia Alvise é consultora educacional de mobilidade urbana e sobre o trânsito em nossa região (crédito: Arquivo Pessoal)

“Sorocaba passou a ocupar essa posição no último ano e a base, geralmente, é comportamental. Principalmente após a pandemia, as pessoas estão muito nervosas e sem empatia no trânsito”, aponta Stefânia Alvise. “É uma negatividade sobre os redutores de velocidades, tanto os eletrônicos quanto às sinalizações, além de muitos usarem do desengajamento moral para justificar o injustificável”.

A consultora educacional cita o exemplo dos motociclistas, que representam 45% das vítimas. “Normalmente, os pilotos de motos ignoram que são a parte mais frágil do trânsito e justificam que precisam fazer entregas no menor tempo possível. No entanto, esse tipo de comportamento repetitivo se torna aceito e até mesmo replicado por outros motociclistas”, esclarece.

Para Stefânia, a base comportamental é a raíz de todo processo, portanto, “não adianta implementar o melhor projeto de educação para o trânsito se não trabalhar também a parte emocional dos condutores. As pessoas estão muito estressadas e, infelizmente, é no trânsito que elas extrapolam justamente devido ao anonimato”, finaliza.

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