Briga de trânsito
Polícia faz apreensões na casa do motorista que atirou em outro veículo
Vídeo mostra a ocorrência registrada na Castello Branco, em Boituva
Atualizada às 17h58
O motorista que fez disparos contra outro carro durante uma briga de trânsito na rodovia Castello Branco, na sexta-feira (14), ainda não foi encontrado. A Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Itapetininga descobriu onde ele mora, em Mairiporã, e fez buscas na casa. No sábado (15), os agentes estiveram em um hotel, em Piraju, onde localizaram e apreenderam o carro do homem. Ele também não estava mais no local. O caso foi registrado como tentativa de homicídio.
De acordo com a DIG de Itapetininga foram apreendidos um cofre, uma arma branca chamada tonfa -- usada nas artes marciais -- e o seu passaporte. A polícia faz diligências para localizar o homem. Qualquer informação sobre o paradeiro do foragido pode ser comunicada por meio do telefone 181.
Um vídeo que circula nas mídias sociais mostra Adriano Domingues da Costa atirando pelo menos cinco vezes no carro de um casal durante uma briga de trânsito. O caso ocorreu no quilômetro 100 da rodovia Castello Branco (SP-280), em Boituva. As imagens só começaram a repercutir ontem (15). Ninguém ficou ferido.
Primeiro, o homem armado e uma mulher descem de uma Hilux branca e vão em direção a um veículo onde está outro casal. Ao notar a arma, uma mulher fala para o marido: “Ele tá armado, fecha o vidro, fecha o vidro.” O suspeito se aproxima da janela do motorista e grita: “O que você quer, filha da p*? Tá feliz, filho da p*? A mulher pergunta para a esposa do acusado: “Você é policial?”, e ela responde: “Sou.” A vítima rebate: “Você é policial e ele tá com a sua arma?”. O Cruzeiro do Sul questionou a Secretaria da Segurança Pública (SSP) do Estado de São Paulo se isso é verdade. A pasta disse que “mais detalhes serão preservados para garantir a autonomia do trabalho policial”.
Em outra cena, o casal para novamente e volta a brigar com as vítimas. Outra vez armado, o homem pede para os ocupantes abaixarem os vidros. É possível ouvir que a mulher está em ligação com uma policial militar e é orientada a não abrir as janelas.
O caso segue em investigação pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Itapetininga. O motorista teve a prisão temporária decretada pela Justiça.
O que dizem as defesas
Em nota, a defesa do casal informou que "as vítimas estão muito abaladas com tudo que aconteceu". "Nosso desejo agora é que ele seja preso e que responda pelo crime que cometeu. Iremos tomar todas as medidas cabíveis. Gostaríamos de ratificar que tudo ocorreu em razão de uma ultrapassagem por parte do condutor da Hilux que bateu no veículo das vítimas e posteriormente não quis parar para verificar os danos", informou a advogada.
A defesa disse, ainda, que "ele estava extremamente nervoso e gritava muito, tentando a todo momento culpar meus clientes por ele ter batido, quando na verdade ele ultrapassou pela direita e atingiu as vítimas. Depois disso vocês podem ver pelos vídeos tudo que aconteceu", finalizou.
O advogado de Adriano disse que ele irá se apresentar. "Foi uma discussão no trânsito, ninguém morreu, não aconteceu nada, a responsabilidade é do casal que se apresenta como vítima porque eles que saíram em perseguição ao meu cliente. No carro do meu cliente tinha seis pessoas, além do meu cliente, tinha a mulher dele, os pais que são pessoas idosas e as duas filhas. Quem é atirador não é o meu cliente, quem é atirador é o (motorista do) carro que tomou o tiro", declarou.
Já sobre o cumprimento do mandado de busca na casa de Adriano, a defesa informou que foi uma "iniciativa atribulada, extremamente rápida sem ouvir ninguém" "Não consegui saber exatamente o que aconteceu ainda, porque aconteceu no fim de semana. O tribunal da internet já o condenou. Vamos mostrar o que aconteceu dentro da possibilidade".
O advogado reclamou da ação da polícia. Disse que a DIG estourou o portão da casa e mexeu no celular de uma das filhas do homem. A reportagem questionou a Polícia Civil sobre o reclamação. A Polícia Civil informou que "a ação realizada neste domingo (15) ocorreu dentro da legalidade, cumprindo mandado judicial de busca e apreensão autorizado pelo Poder Judiciário".
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