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Araras-azuis-de-lear que estavam em Araçoiaba da Serra são soltas na Bahia

12 de Abril de 2024 às 22:52
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Seis indivíduos estavam sob cuidados  da Semil, em Araçoiaba
Seis indivíduos estavam sob cuidados da Semil, em Araçoiaba (Crédito: AGÊNCIA SP)

A Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) participou da soltura de um grupo formado por nove araras-azuis-de-lear (Anodorhynchus leari), efetivada no dia 19 de março, com sucesso, no único habitat natural da espécie no mundo, em uma região de caatinga no nordeste da Bahia. Seis indivíduos estavam sob cuidados da Semil, por meio do Núcleo de Conservação da Fauna Silvestre (CECFau), em Araçoiaba da Serra — na Região Metropolitana de Sorocaba (RMS), enquanto as demais estavam sob responsabilidade do Zoológico de São Paulo (Zoo SP).

O início do processo para soltura começou com a realização de uma série de exames de saúde das aves e, posteriormente, com todo o preparo e suporte para o envio para a Bahia, em 11 de dezembro de 2023, dos seis indivíduos da espécie sendo quatro fêmeas e dois machos; desses, cinco são filhotes nascidos no CECFau.

Após mais de três meses de adaptação e treinamento, no dia 19 de março, começou o processo da chamada soltura branda (quando os animais são soltos, mas permanecem continuamente monitorados, com suplementação alimentar e podendo pernoitar no recinto, caso queiram), que foi concluído com sucesso.

As araras-azuis-de-lear foram encaminhadas para a Área de Soltura de Animais Silvestres (ASAS) Boqueirão da Onça, na Bahia, onde ficam sob responsabilidade do Grupo de Pesquisa e Conservação da arara-azul-de-lear. Todas as aves aprenderam a reconhecer e a consumir o coco do Licuri, espécie de palmeira típica da região, resistente ao clima árido. As aves, desde cedo, apresentaram bom desempenho em voo.

“Essa é uma grande conquista para a Semil, que busca se tornar referência na conservação de espécies ameaçadas da nossa fauna”, disse a coordenadora de Fauna Silvestre da pasta, Patrícia Locosque Ramos. “Além das pesquisas com uma espécie ainda pouco estudada, o CECFau contribui com o reforço demográfico e genético para ela na natureza. Entender a importância desses animais para nossa biodiversidade é primordial, e por isso iremos atuar cada vez mais na conservação das araras-azuis-de-lear”, acrescentou.

A Semil, por meio do CECFau, integra o Programa de Manejo Populacional da Arara-azul-de-lear desde 2015, com o objetivo de auxiliar na conservação da espécie por meio de ações como as de projetos de conservação integrada. Desde 2019, 22 filhotes nasceram no núcleo e, ao todo, 10 indivíduos já foram enviados para soltura na região do Parque Nacional do Boqueirão da Onça, na Bahia.

O projeto de reintrodução é complexo, minucioso e envolve vários atores. O papel da Semil é o de obter a reprodução em cativeiro e enviar os indivíduos para a área de soltura, onde ficam meses em treinamento conduzido pela equipe específica do programa.

A arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari) é uma ave endêmica brasileira que costuma viver em família, bando ou grupos na região da caatinga, no nordeste do estado da Bahia. As araras utilizam os paredões rochosos de arenito-calcário, que são cheios de fendas, como ninhos e também como dormitório. São consideradas algumas das aves mais inteligentes, e possuem certa fidelidade aos locais de alimentação e reprodução, sendo difícil encontrá-las sozinhas em vida livre. É um pouco menor do que a arara-azul-grande e possui uma cauda longa e bico poderoso.

(Da Redação, com informações da Agência SP)

 

 

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