Operação Latus Actio
Receita Federal cumpre mandados contra a ordem tributária e de lavagem de dinheiro
Operação deflagrada em Itu, São Paulo, Guarujá e Indaiatuba investigou pessoas ligadas a empresas do ramo do entretenimento e comércio de peças e acessórios para veículos automotores
A Receita Federal, Força Tarefa de Combate ao Crime Organizado de São Paulo (Ficco) e Fazenda Municipal de São Paulo deflagraram na manhã desta terça-feira (12) a Operação Latus Actio, na qual cumpriu-se mandados de busca e apreensão em quatro cidades do Estado, incluindo Itu.
Segundo a Polícia Federal, a ação teve como objetivo reprimir crimes contra a ordem tributária e de lavagem de dinheiro praticados por pessoas ligadas a empresas do ramo do entretenimento (produtoras musicais) e uma empresa ituana que atua no comércio de peças e acessórios para veículos automotores, localizada no Jardim Corazza.
Foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão nos municípios de Itu, São Paulo, Guarujá e Indaiatuba. Na ação, participaram cerca de 60 policiais federais, 15 auditores-fiscais e analistas tributários da Receita Federal, assim como da Fazenda Municipal de São Paulo.
De acordo com a PF, foi determinado, ainda, o bloqueio de valores em contas bancárias até o limite de aproximadamente R$1 bilhão, o sequestro de veículos pertencentes aos investigados com valor aproximado de 23 milhões de reais conforme tabela fipe -- e de imóveis cujo valor de mercado está estimado em cerca de 44 milhões de reais.
Em imagens disponibilizadas pela instituição policial mostram relógios, carros de luxo, e dinheiro encontrados em locais dos mandados.
O jornal Cruzeiro do Sul entrou em contato com a empresa de peças automotivas de Itu, localizada no Jardim Corazza, entretanto, “o pronunciamento oficial será enviado posteriormente”, informou o responsável.
Trabalhos
O inquérito policial foi instaurado em 2022 baseado em diligências policiais e informações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que demonstravam a existência de transações financeiras suspeitas envolvendo contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas ligadas a produtores musicais, as quais estariam sendo utilizadas para movimentar e ocultar recursos de origem ilícita e não declarados ao Fisco.
“As investigações mostraram movimentações realizadas com pessoas físicas sem capacidade financeira (“laranjas”) e empresas “fictícias” ou de “fachada”, sendo parte ligada a indivíduos com extensa ficha criminal por delitos como tráfico de drogas, crimes contra o patrimônio e organização criminosa”, explica a nota da PF.
Ainda segundo a PF, um dos empresários investigados foi autuado em mais de R$43 milhões pela instituição no ano passado. “Nesta terça-feira (12) outras duas ações fiscais foram instauradas para apurar eventuais irregularidades, inclusive no intuito de diligenciar o uso adequado do benefício fiscal concedido pelo Programa Emergencial de Recuperação do Setor de Eventos (Perse)”, finaliza a nota. (Da Redação)
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