Cidades
Empresas atrasam salários e prejudicam serviços públicos
A situação é semelhante em Votorantim, que, dessa vez, envolve as merendeiras que atuam nas escolas municipais
A recorrência de atraso no pagamento de salários dos profissionais terceirizados encarregados da vigilância nas escolas da rede municipal de Sorocaba voltou a gerar polêmica. O problema, que persiste mesmo com a substituição de empresas, tem sido alvo de requerimentos apresentados por vereadores. No entanto, o Executivo municipal nega qualquer atraso no repasse dos pagamentos às contratadas.
Recentemente, a vereadora Iara Bernardi (PT) trouxe à tona, por meio de suas redes sociais, denúncias de atrasos nos pagamentos a vigias de escolas, cuidadores de crianças e funcionários de creches conveniadas. Nos comentários da publicação, muitos trabalhadores confirmaram as alegações da parlamentar. Iara também anunciou ter oficiado o prefeito Rodrigo Manga (Republicanos) sobre os supostos atrasos e notificado o Ministério Público do Trabalho (MPT) sobre a situação.
O Cruzeiro do Sul também recebeu denúncias de atrasos nos pagamentos desde dezembro, desta vez relacionadas à associação beneficente Antônio José Guarda (AJG). Um funcionário da entidade, que preferiu não se identificar, relatou que os colaboradores enfrentaram alguns dias de espera para receber, embora a situação tenha sido posteriormente regularizada.
Os pagamentos, originalmente programados para o quinto dia útil, estavam atrasados desde dezembro. No mês passado, a AJG teria efetuado o pagamento no dia 8, e o 13º salário teria sido depositado com um dia de atraso. Em janeiro, o atraso voltou a ocorrer.
Há relatos semelhantes de vigias contratados por outras organizações com contratos vigentes com a Prefeitura. No entanto, o Executivo municipal não reconhece nenhuma dessas alegações. Em uma breve nota, a Prefeitura afirmou que “a situação está regularizada, não havendo, portanto, nenhum atraso”.
Votorantim
A situação é semelhante em Votorantim, que desta vez envolve as merendeiras que atuam nas escolas municipais. A empresa Golden Serviços e Empreendimentos Técnicos Ltda, que mantinha convênio com a Prefeitura até dezembro, não teria realizado os depósitos salariais aos funcionários.
A administração municipal afirma que o contrato foi encerrado devido a diversas situações de desrespeito aos direitos das trabalhadoras. Segundo a Prefeitura, uma nova licitação foi realizada e outra empresa assumiu o serviço de alimentação escolar. O Executivo enfatiza que os pagamentos foram realizados pontualmente.
Entretanto, no mesmo mês do encerramento do contrato, o Sindirefeiçoes TS moveu uma ação trabalhista coletiva contra a Golden Serviços, alegando atrasos e não pagamento de verbas rescisórias e outros benefícios. A ação foi deferida pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 15ª Região como medida cautelar, determinando a retenção do pagamento pela Prefeitura até a regularização dos direitos das merendeiras.
“Em virtude disso, preocupada com as trabalhadoras, a Prefeitura tem provocado reuniões entre o sindicato e a empresa Golden, buscando uma solução urgente e conjunta que atenda e respeite a categoria”, esclarece o Executivo.
A reportagem procurou a AJG e a Golden Serviços para esclarecimentos, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição. O espaço permanece aberto para eventuais manifestações. (Wilma Antunes)