Os municípios que integram o Consórcio Intermunicipal do Ribeirão Piraí (Conirpi) - Indaiatuba, Salto, Itu, e Cabreúva -, assinaram no dia 23 de novembro o documento que autoriza o início a construção da barragem do Piraí, com a capacidade de represamento de mais de 9,7 bilhões de litros de água. A ordem de serviço entrou em vigor ontem (1º).

Conforme noticiado recentemente pelo Cruzeiro do Sul, as cidades de Salto e Itu, que integram a Região Metropolitana de Sorocaba (RMS), enfrentam escassez de água. A expectativa é que a construção da barragem garanta o abastecimento em ambos os municípios, mesmo nos períodos de estiagem.

A obra será dividida em duas etapas. Na primeira, licitada por R$101 milhões, estão previstas a construção do maciço de terra, vertedouro, escada de peixes provisória, canal de dissipação e desvio, torre e limpeza da área, para garantir a reservação até as proximidades da fazenda Piraí. O Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daae) e a Caixa Econômica Federal (CEF) disponibilizaram, respectivamente, R$ 60,2 milhões e R$ 41,4 milhões para essa parte do projeto.

Para a segunda etapa, a Conirpi realizou a inscrição no Novo PAC - programa de investimentos coordenado pelo governo federal -, e aguarda a seleção. A estimativa é iniciar a construção da adutora para Salto, estação de captação e adução e sistema de transposição de peixes, dique de contenção para a fazenda Piraí e travessia de Itu, com o orçamento de R$ 126 milhões.

A extensão da represa é de 3,5 quilômetros, com largura média de 450 metros e profundidade de 15 metros. O território soma uma área total de 3.441.210 m², com 1.823.960 m² do espelho d’água e 1.617.250 m² de área de preservação ambiental. Já a travessia tem uma extensão de 370 metros e altura de 9,5 metros. A extensão do dique deve ser de 700 metros e a altura de 9,5 metros. A obra ainda não tem previsão de prazo de conclusão.

A construção é considerada um marco histórico para o Conirpi, que se consolida como agente promotor do desenvolvimento regional. Segundo a superintendente da instituição, Vanessa Kühl, a obra deve beneficiar cerca de 700 mil pessoas a longo prazo.

A 2ª Assembleia Geral Ordinária do Conirpi, durante a qual foi assinada a ordem de serviço para a obra, ainda abordou questões sobre o desenvolvimento sustentável da região. A pauta incluiu a discussão sobre valores do contrato de rateio e apresentação da Lei Orçamentária Anual (LOA) - ambos para 2024 -, contemplando investimentos estratégicos e a garantia de recursos necessários para a implementação de projetos. (Da Redação)