Tatuí
Alunos do Conservatório de Tatuí entram em greve contra fim do alojamento
O movimento acontece em razão da ordem de despejo que os moradores receberam do governo estadual no mês passado
Alunos do conservatório de Tatuí estão em greve contra o desmonte do alojamento público desde sábado (25). O movimento acontece em razão da ordem de despejo que os moradores receberam do governo estadual no mês passado. A greve foi decidida por votação entre os estudantes e deve durar até que a decisão de manter o alojamento disponível aos alunos seja tomada. Atualmente, cerca de 200 pessoas vivem no local.
Grupos artísticos do conservatório paralisaram suas atividades e concertos foram cancelados, no entanto a Sustenidos, empresa que administra o conservatório, disse, em nota, que, na segunda-feira (27), reiterou aos alunos que as atividades letivas estão mantidas. Nem a equipe nem os professores aderiram à greve, segundo a empresa. Informações a respeito do posicionamento da instituição perante a reivindicação dos estudantes não foram comunicadas.
Os alunos seguem com a paralisação e com apresentações culturais em frente ao alojamento. A programação pode ser acessada por meio da rede social do movimento (@desalojadosconserva).
Relembre
Em outubro, os estudantes que vivem no alojamento do conservatório receberam um comunicado informando que o local seria fechado em janeiro de 2024, por determinação do Governo do Estado de São Paulo. Em substituição, os alunos receberiam do governo a quantia mensal de R$ 450 para arcar com despesas, como aluguel e alimentação. Os moradores, no entanto, consideram o montante insuficiente para a manutenção de suas necessidades básicas e, por isso, estão fazendo uma mobilização em prol da manutenção do alojamento, que recebe alunos vindos de diferentes Estados e países.
Em nota, a Secretaria Estadual de Cultura, Economia e Indústria Criativas (Sceic) afirmou que o custeio anual do alojamento hoje fica em cerca de R$ 1 milhão. Também disse que o local necessita de reforma estrutural e modernização.
Um aluno do conservatório, que preferiu não ser identificado, disse que, em reunião com representantes da Sceic, foi explicado aos estudantes que a quantia de R$ 450 foi ofertada com base em “pesquisas de custo de vida”. Também foi dito que o alojamento está ‘deteriorado‘ e precisaria passar por uma reforma que custaria ao Estado cerca de R$ 9 milhões -- por isso, a melhor opção seria desativá-lo. O Cruzeiro do Sul questionou a pasta estadual sobre a necessidade de reforma do alojamento, valor das obras e cálculo do custeio oferecido aos estudantes, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição. (Luís Pio - programa de estágio)