Cidades
Maioria das cidades da RMS cumpre a meta sobre o ensino básico integral
Tribunal de Contas fez levantamento em todas as cidade do Estado de São Paulo
Segundo levantamento do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCESP), passados mais de nove anos da entrada em vigor do Plano Nacional de Educação (PNE), quase metade (47,5%) das prefeituras paulistas fiscalizadas ainda não atendeu a meta que exige pelo menos 25% dos alunos do ensino básico matriculados em escolas em tempo integral. O prazo se encerra em junho de 2024.
Na Região Metropolitana de Sorocaba (RMS), a maioria das 27 cidades cumpre a meta. No caso dos municípios da RMS, a exigência é cumprida no caso das creches e da pré-escola. Já nos anos iniciais e finais do ensino fundamental, sendo que a maior parte das escolas é da rede estadual, a maioria das cidades da RMS ainda não cumpre o mínimo exigido de 25%.
A constatação foi feita durante auditoria promovida pelo TCE na rede estadual e em todas as 644 redes municipais de ensino (exceto a da Capital). Foram visitadas 628 escolas municipais e 91 escolas estaduais, entre os dias 28 e 31 de agosto.
O relatório revela que 24,95% dos alunos matriculados nas redes municipais estão em escolas em tempo integral. Entretanto, quando é feito o recorte por cidade, constata-se que 306 delas ainda não atingiram a meta, enquanto 338 outras alcançaram ou superaram o patamar estabelecido pela legislação.
Considerado essencial para o desenvolvimento da aprendizagem e a melhoria da qualidade do ensino, o modelo é caracterizado pela permanência em aula ou em atividades escolares pelo período mínimo de 7 horas diárias ou 35 horas semanais.
Para o TCE, o melhor desempenho das prefeituras ocorre nas creches/pré-escola, com percentual de 46% de alunos em tempo integral. Em 85 redes municipais, porém, o percentual de 25% das matrículas não foi atingido nem mesmo nessa fase. Já no ensino fundamental, 11,6% dos estudantes estão matriculados em tempo integral — 13% nos anos iniciais e 5% nos anos finais.
“O comparativamente elevado patamar de atendimento no Ensino Infantil (pré-escola) —segmento que historicamente concentrou a expressiva maioria dos educandos que permanecem por pelo menos sete horas diárias na escola — acoberta o ainda extremamente limitado avanço do ensino em tempo integral nas séries que compõem o ensino fundamental, inclusive nas redes que, no geral, já alcançaram a meta fixada pelo PNE”, afirma o relatório.
Na RMS
Na RMS, quase todas as 27 cidades cumprem os 25% ou mais exigidos de alunos matriculados em escolas públicas em período integral somente nas creches e pré-escola, de acordo com os dados informados pelo TCE.
O município que apresentou o melhor resultado nesta etapa educacional foi Tietê com 97,17% de alunos matriculados em período integral nas creches e na pré-escola na rede municipal.
Em seguida, São Roque apresentou o melhor índice na mesma etapa: 89,07%. Na sequência, ficaram as cidades de Itapetininga (65,27%), Itu (60,30%), Porto Feliz (52,25%), Sorocaba (49,36%), Salto (48,38%), Tatuí (40,53%), Boituva (39,23%) e Ibiúna (33,64%). Não há informação sobre os números de Votorantim e Salto de Pirapora.
Já os municípios de Alambari, Cerquilho, Cesário Lange, Jumirim, Sarapuí, Alumínio, Araçariguama, Mairinque, Araçoiaba da Serra, Iperó, Piedade, Pilar do Sul e Tapiraí também cumprem pelo menos 25% ou mais de alunos matriculados em período integral nas creches e pré-escola nas redes municipais.
De acordo com o TCE, somente Capela do Alto e São Miguel Arcanjo ainda não cumprem pelo menos 25% de alunos matriculados em unidades escolares em período integral nas creches e pré-escola municipais.
“Prefeituras com menos recursos têm mais dificuldade para criar e manter escolas de tempo integral. Isso afeta especialmente a parcela mais excluída da sociedade. É um ciclo vicioso em que a precarização do ensino amplia a pobreza e a pobreza amplia a precarização do ensino. E esse desafio só poderá ser superado se o poder público priorizar esse modelo”, ressalta o Presidente do TCESP, Sidney Beraldo. (Da Redação)