O presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin (PSD), esteve em Araçariguama -- na Região Metropolitana de Sorocaba (RMS) -- ontem (22) para apresentar o programa de renovação da frota nacional. A iniciativa do governo federal, em parceria com o Grupo Vamos (concessionárias Transrio e Tietê), Volkswagen Caminhões e Ônibus e a empresa produtora de aço Gerdau Brasil, visa retirar, inicialmente, 100 caminhões com mais de 20 anos das estradas brasileiras. Além disso, busca melhorar a qualidade de vida e a rentabilidade dos motoristas autônomos, elevar a produtividade logística e contribuir para uma economia mais sustentável no futuro.

Alckmin, também ministro de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, assumiu o governo devido à viagem do presidente Lula (PT) a Joanesburgo, na África do Sul, para participar da 15ª cúpula do Brics, que começou ontem. Essa é a segunda visita de Alckmin à região neste mês. No dia 7, ele esteve no Parque Tecnológico de Sorocaba (PTS) para participar do lançamento do Núcleo Peiex, um programa de qualificação em exportação oferecido pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).

O anúncio do programa de renovação da frota nacional foi realizado no auditório da Gerdau e contou com a presença do prefeito de Araçariguama, Rodrigo Andrade (Pros); do diretor global de comunicação da Gerdau, Pedro Torres; do vice-presidente da divisão de aços especiais da Gerdau, Rubens Pereira; do CEO da Volkswagen, Roberto Cortes; do vice-presidente de vendas, marketing e serviços da Volkswagen, Ricardo Alouche; do CEO do Grupo Vamos, Gustavo Couto; e do CEO da empresa de logística rodoviária Simpar, Fernando Simões.

As empresas colaboraram para desenvolver um ciclo completo de renovação de ativos, tendo como prioridade a responsabilidade socioambiental e os benefícios para todos os elos da cadeia de valor. O governo federal implementou o programa por meio da Medida Provisória (1175), com o objetivo de retirar ônibus e caminhões do fim de sua vida útil e garantir a destinação adequada da sucata, resultando em vantagens tanto socioambientais quanto econômicas.

Alckmin recordou que em 2018, o Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) determinou que o País não poderia mais fabricar motores baseados no padrão Euro V, um conjunto de regulamentações para redução de emissões poluentes de veículos a diesel. Como resultado, um novo padrão, o Euro VI, entrou em vigor. Embora esse sistema gere menos poluição, houve um aumento no custo de caminhões e ônibus.

“O programa tem como objetivo renovar a frota de veículos pesados, abrangendo caminhões e ônibus desde 3,5 toneladas até os maiores, incluindo ônibus urbanos, interurbanos e rodoviários. Por meio de incentivos fiscais, a pessoa física (motoristas autônomos) ou a pessoa jurídica (empresas) são encorajadas a retirar veículos com mais de 20 anos de circulação, realizando a baixa desses veículos que serão encaminhados para reciclagem e siderurgia. A frota envelhecida é altamente poluente e representa maior risco de acidentes nas estradas, um problema de saúde pública atualmente. Esses novos caminhões emitem 95% menos poluentes devido ao motor Euro VI, o mais avançado disponível”, disse Alckmin.

O projeto será financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDS), por meio da Agência Especial de Financiamento Industrial (Finame) e da taxa Selic, no montante de R$ 1 bilhão, sendo R$ 700 milhões destinados à aquisição de caminhões e R$ 300 milhões para a compra de ônibus. A compra dos novos veículos da VW oferecerá descontos variando de R$ 33 mil a R$ 99 mil. O governo garantiu que esses veículos estarão equipados com tecnologia de ponta para garantir viagens mais seguras e proporcionar maior conforto, resultando em uma melhor qualidade de vida para os profissionais. (Wilma Antunes)