Cidades
São Miguel prepara complexo católico
Destaque será a estátua do padroeiro com 57 metros de altura, uma das maiores do mundo
A cidade de São Miguel Arcanjo, na Região Metropolitana de Sorocaba (RMS), ganhará um complexo religioso nos próximos anos. Com o nome “Gruta do Arcanjo”, o edifício ficará no bairro Pinhalzinho, localizado a 1,5 quilômetro da Basílica do município, e contará com igreja santuário, sala de milagres, museu de arte sacra, auditório, pavilhão devocional, confessionários, velários e gruta mariana. Do lado externo serão construídos praça para Missa Campal e eventos com capacidade para aproximadamente 12 mil pessoas, praça de alimentação, estacionamento para 550 automóveis, setor comercial de 1.200 metros quadrados, além de outros espaços.
O local contará com diversas atividades, porém, o grande destaque será a estátua de São Miguel Arcanjo -- padroeiro que dá nome à cidade. Com 57 metros de altura e feita de concreto, a imagem pode se tornar um dos maiores monumentos cristãos do mundo. Vai superar a imagem de Santa Rita de Cássia, no Rio Grande do Norte, que tem 56 metros de altura contando com a base, e passará o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, que tem 38 metros. A região de Sorocaba já conta com outro grande monumento religioso, inaugurado em 1980, em Salto: a imagem de Nossa Senhora do Monte Serrat, padroeira da cidade, com 30 metros de altura.
Em São Miguel Arcanjo, a estátua começou a ser construída há dois meses pela equipe do escultor Markus Moura -- artista com amplo currículo, responsável por obras como o Santo Antônio, na região do Cariri, no Ceará, e o Cristo Protetor da cidade de Encantado, no Rio Grande do Sul. “A obra começou em maio, foi quando conseguimos fazer a terraplanagem e o escultor se mudou para a cidade com a equipe dele. A cabeça e a coroa estão concluídas e têm seis metros e meio de altura. Já fizeram os antebraços, as mãos e estão concluindo os braços. A espada terá 20 metros de comprimento”, explicou o padre Márcio Almeida, reitor da Basílica de São Miguel Arcanjo.
Ainda segundo o sacerdote, a história do projeto começou em 2013, quando a Igreja Matriz da cidade tornou-se um Santuário Diocesano. Mais tarde, em 2018, o local se transformou em Basílica, título dado pelo Vaticano. No mesmo período, a equipe da igreja teve conhecimento da estátua de Santa Rita. Encantados, os fiéis tiveram a ideia de construir a própria imagem. “Vimos que não era algo impossível. Fomos lá visitar, levantamos todas as informações, começamos a sonhar com essa realidade, e veio a pandemia. Aí, demos um passo para trás, como muitas pessoas em muitas realidades”, informou o padre.
No meio da crise sanitária, o sonho voltou a ficar mais próximo, quando uma família doou um terreno à Basílica para a construção da estátua e do complexo. Atualmente, a obra está em andamento com um orçamento de R$ 25 milhões, provenientes de doações. “Até o momento, não existe verba pública e também não é um dinheiro da Igreja, de dízimo. O projeto tem um CNPJ desvinculado do da paróquia, justamente para ter essa transparência. Os doadores são pessoas que entendem a importância do projeto e acreditam no benefício que vai trazer para a cidade”, comentou.
A previsão de conclusão da estátua, prédio onde a imagem ficará e pavilhão devocional é de três anos. Já o restante do complexo deve ficar pronto em dez anos. “Agora, estamos correndo atrás de outros doadores, de outros investidores para o restante do projeto. Tem a igreja, tem toda a praça para Missa Campal, tem a parte de estacionamento, das obras, da praça de alimentação”, destacou.
Para o padre, a iniciativa trará benefícios não somente para o turismo da cidade, mas também, de toda a região. “A cidade e a região vão atrair mais pessoas, vai potencializar emprego, potencializar o comércio local, pousadas, restaurantes e outros comércios”, concluiu o sacerdote.
São Miguel Arcanjo, o defensor do povo de Deus
A cidade tem uma relação de devoção com o São Miguel Arcanjo desde de sua criação. Com o nome de Fazenda Velha, o local era um bairro pertencente ao município de Itapetininga. A história começa a mudar quando uma filha -- devota de São Miguel Arcanjo -- pede ao pai que construísse uma capelinha em homenagem ao santo. Dessa forma, as pessoas passaram a sair de Itapetininga para participar de orações na capela.
Em 1884, uma nova igreja foi construída e surgiu a Paróquia São Miguel Arcanjo. Somente em 1889 o vilarejo se tornou município e passou a se chamar “São Miguel Arcanjo”, santo presente no Antigo e no Novo Testamento, conhecido por ser um arcanjo enviado por Deus para defender o seu povo. “A igreja nasceu antes da cidade e a igreja deu nome para a cidade”, conta o padre. (Vanessa Ferranti)
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