Atos em Brasília
PF cumpre mandado contra radialista que admitiu ter financiado 8 de janeiro
Milton de Oliveira Júnior, de Itapetininga, é alvo da 13ª fase da Operação Lesa Pátria

A Polícia Federal cumpriu, nesta terça-feira (27), um mandado de busca e apreensão contra o radialista Milton de Oliveira Júnior, em Itapetininga. Ele é alvo da 13ª fase da Operação Lesa Pátria por ter admitido que financiou os atos de 8 de janeiro, em Brasília (DF). Segundo a PF, as ordens judiciais foram expedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Oliveira Júnior é proprietário de uma rádio da cidade. Em 20 de abril deste ano, quando a sua empresa era filiada à Jovem Pan, ele confessou, durante entrevista a um programa da rede, ser um dos financiadores da invasão à sede dos Três Poderes.
Em falas direcionadas à deputada federal e ex-prefeita de Itapetininga Simone Marquetto (MDB), o empresário repetiu isso algumas vezes. “Eu contribuí, deputada. Pode me denunciar. Eu contribuí e entrego o recibo para a senhora. Pode vir buscar aqui. Eu ajudei. Não tenho medo de assumir o que eu faço”, afirma. “Se eu tiver que ser preso porque eu ajudei alguns patriotas a ir para Brasília fazer protestos contra um governo ilegítimo, que eu seja preso, deputada. Não há problema nenhum. A gente tem que assumir os compromissos que a gente faz”, reitera.
Já em outro trecho, o investigado informou que ainda tinha os comprovantes dos pagamentos -- feitos via Pix. Segundo o radialista, os extratos contêm, inclusive, o número do seu CPF.
Nesta terça-feira (27), a Jovem Pan anunciou, em nota publicada no seu site, o rompimento do contrato com a emissora de Oliveira Júnior. “O contrato com a DPV Limitada, empresa que administrava a Jovem Pan Itapetininga, foi rompido na tarde de 20 de abril deste ano, mesma data em que o radialista usou o espaço da programação local da afiliada para manifestar apoio aos atos criminosos de 8 de janeiro e para declarar ter apoiado financeiramente os protestos que levaram à depredação em Brasília”.
Depois da repercussão das declarações, em 21 de abril, Oliveira Júnior se manifestou, por meio de publicação nas redes sociais, intitulada nota de esclarecimento. Ele negou qualquer participação na depredação dos prédios. Afirmou apenas ter atendido ao pedido de um amigo para fornecer-lhe alimentação durante a sua viagem de retorno de Brasília, em 20 de novembro de 2022. “Ou seja, muito antes e nada relacionado aos atos de depredação do patrimônio público de 08 de janeiro de 2023”, escreveu.“Afirmo e reafirmo que sempre, em toda minha vida, respeitei e segui a Justiça, que jamais agi e apoiei qualquer ato que ataque a democracia”, completou.
Milton de Oliveira Júnior também declarou estar sendo perseguido. Além disso, alegou que suas frases foram retiradas de contexto. “Percebo uma manipulação na tentativa de retirar falas do contexto real ao qual os assuntos estavam sendo abordados”.
O Cruzeiro do Sul entrou em contato com Milton nesta terça (27), mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.
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