Covid-19: região de Sorocaba e todo o Estado voltam para fase amarela
Sorocaba e as outras 47 cidades do seu Departamento Regional de Saúde (DRS) regrediram para a fase 3 (amarela) do Plano São Paulo. Crédito da foto: Vinícius Fonseca (28/04/20)
Atualizada às 16h53
Após 50 dias na fase verde (4) do Plano São Paulo, as 48 cidades do Departamento Regional de Saúde (DRS) de Sorocaba voltaram para a 3 (amarela). Todos os outros municípios do Estado também foram rebaixados para a mesma classificação. A reclassificação mais restritiva começa a valer a partir desta terça-feira (1º). O anúncio foi feito pelo governador João Doria (PSDB), na tarde desta segunda-feira (30), em coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual.
O aumento de 7% nas internações e de 12% nos óbitos, com 42.095 registros, na última semana, em todo o Estado, motivou a decisão, informou a secretária estadual de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen. Até domingo (29), último dia do período levado em consideração para a atualização do plano de flexibilização, 1.259 pacientes foram internados e outras 42. 095 pessoas morreram pela doença. Por outro lado, houve queda de 14% no número de novos casos de coronavírus no Estado, completou o secretário estadual da saúde, Jean Gorinchteyn. Foram registradas 1.241.653 de positivações.
"É uma medida de prudência que estamos tomando, para melhorar o controle da pandemia. A Covid-19 ainda não foi embora. O vírus ainda está presente, e ele mata. Não é uma ‘gripezinha’. Não é um ‘resfriadozinho’. É uma pandemia gravíssima. A pandemia mais grave dos últimos anos", disse Doria, ao justificar a medida do governo.
Mudanças
Com o retorno para a fase amarela, o comércio e serviços não essenciais passam a funcionar em horário reduzido, por até 10 horas diárias. A regra vale para shoppings, galerias e semelhantes, comércio de rua, salões de beleza, barbearias, academias de ginástica e centros esportivos. Na fase verde, esses locais podiam abrir durante 12 horas. Isto é, na atual classificação, o período de funcionamento será de duas horas a menos. Praças de alimentação só podem abrir se forem ao ar livre ou em áreas arejadas.
Para as academias e centros esportivos, a ocupação não pode exceder 30%. Além disso, estes estabelecimentos deverão agendar horário para os frequentadores e oferecer apenas aulas e práticas individuais.
O consumo em bares e restaurantes também só é permitido se o estabelecimento funcionar ao ar livre ou em espaços arejados, até as 17h. Já se a região permanecer ao menos 14 dias seguidos na fase amarela, a permanência será liberada até as 22h.
Anteriormente, os estabelecimentos alimentícios também podiam abrir por 12 horas, desde que iniciassem as atividades depois das 6h e terminassem às 22h. Os clientes podiam ficar nos locais até as 23h, mas o serviço devia ser interrompido uma hora antes.
Eventos, convenções e atividades culturais são permitidos após a cidade permanecer ao menos 28 dias consecutivos na fase amarela. A ocupação máxima igualmente é limitada a 40% da capacidade dos espaços. Os locais devem, obrigatoriamente, controlar o acesso do público e agendar horário. A venda de ingressos em bilheterias físicas será autorizada, se forem seguidos os protocolos sanitários e de distanciamento. Filas e espaços devem estar demarcados, respeitando a distância mínima de dois metros. Já eventos com público em pé ficam proibidos.
Demais atividades que gerem aglomeração continuam vetadas.
Todos os setores devem adotar protocolos geral e setorial específico. Ou seja, ações preventivas e de segurança contra a Covid-19.
Escolas
O retorno à fase amarela não proíbe, porém, a reabertura e o funcionamento das escolas em São Paulo. "As escolas estão preparadas para manter o seu funcionamento, e os alunos precisam aprender de maneira segura", afirmou Patrícia.
Periodicidade
A análise dos indicadores para a atualização do plano de flexibilização passará a ser semanal, como era anteriormente, e não mais a cada 28 dias.
A próxima reclassificação ocorrerá no dia 4 de janeiro de 2021.
Fase verde
As 48 cidades do DRS de Sorocaba entraram na fase verde no dia 9 de outubro, quando houve a última atualização do plano. Na ocasião, as regiões de Campinas, Piracicaba, Taubaté, Baixada Santista e a Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) também progrediram para a mesma classificação. Desta forma, 76% da população paulista vivia em áreas enquadradas nessa classificação.
Além destas regiões rebaixadas, Araçatuba, Araraquara, Barretos, Bauru, Franca, Marília, Presidente Prudente, Registro, Ribeirão Preto, São João da Boa Vista e São José do Rio Preto já estavam na fase amarela.
A reclassificação prevista para o dia 16 de novembro foi adiada, em razão de uma pane no Sivep-Gripe, sistema do governo federal para registro de óbitos pela Covid-19. Se ela tivesse ocorrido, 89% do Estado teria progredido para a fase verde, lembrou a secretária.
Reunião com prefeitos
Na coletiva desta segunda (30), Doria também anunciou uma reunião virtual com os prefeitos de 62 paulistas que apresentaram piora nos índices epidemiológicos, sobretudo, nas taxas de internações. O encontro on-line acontece nesta terça-feira (1º), às 16h. A prefeita de Sorocaba, Jaqueline Coutinho (PSL), bem como os representantes de Votorantim, Fernando de Oliveira Souza (DEM), de Salto, José Geraldo Garcia (PP), e de Itapetininga, Simone Marquetto (PMDB), vão participar.
Os critérios de seleção dos municípios participantes foram aqueles com mais 70 mil habitantes, onde a ocupação média de leitos excluvidos para a Covid-19 foi superior a 75%. Outra dado considerado foi o aumento da ocupação acima de dez pontos porcentuais, na comparação entre a última semana e os sete dias anteriores. (Vinicius Camargo)