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Recursos para a saúde em Sorocaba têm a maior redução em 10 anos

03 de Outubro de 2019 às 09:05
Marcel Scinocca [email protected]

Santa Casa prepara-se para assumir UPH Leste a partir de 15/5 UPH Zona Leste fica na rua Coronel Nogueira Padilha e atende 15 mil consultas médicas por mês, em média. Crédito da Foto: Emídio Marques

Com queda de R$ 30,9 milhões, o orçamento para a área da Saúde de Sorocaba previsto para 2020 é de R$ 557,3 milhões, contra R$ 588,2 milhões, aprovados para este ano. É o primeiro recuo desde 2014 e o maior dos últimos 10 anos.

A redução do orçamento da Saúde previsto para este ano, comparado com a previsão do ano que vem é de 5,3%. Nos últimos dez anos, apenas em 2014 houve redução. Entretanto, o valor foi bem menor, de pouco mais de R$ 1 milhão.

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A previsão da pasta para o ano foi de R$ 386,5 milhões para 2014, ante R$ 387,6 milhões, previsão do ano anterior. Valer frisar que a comparação é com o valor previsto e não com o efetivamente executado. Apesar disso, o orçamento global do município deverá aumentar 1,45%.

As informações foram levantadas pelo Cruzeiro do Sul com base nos orçamentos aprovados pela Câmara de Sorocaba desde 2010.

Ademir Watanabe, falou que o quadro financeiro atual é delicado. Crédito da foto: Emídio Marques (27/09/2019)

“Pior momento”

Em entrevista ontem ao Jornal da Cruzeiro, na Cruzeiro FM 92,3, o secretário de Saúde de Sorocaba, Ademir Watanabe, falou que o quadro financeiro atual é delicado. Segundo ele, é o pior cenário da área dos últimos 35 anos.

“É o pior momento. Nós enfrentamos uma situação extremamente delicada na área financeira. Isso impede que nós avancemos em muitas ações que nós gostaríamos de estar fazendo. Porém, existem situações emergenciais. Por exemplo, nós estamos no meio da epidemia da dengue. Muitas ações precisam ser tomadas. Mas muitas vezes a área financeira acaba me limitando. É um alerta muito grande. Precisamos, sim, que a população abrace essa ideia e cuide do seu quintal”, disse.

Watanabe também falou sobre o sarampo. Ele destacou os 40 casos confirmados e defendeu a vacinação como principal forma de se evitar o problema. Ele também falou que uma parte das pessoas não se vacinaram na cidade ainda. “Sarampo é uma virose que mata”, alertou.

O secretário também falou sobre a CPI da Saúde, em andamento na Câmara. “Se eu ficar atento somente para isso, eu não vou avançar absolutamente nada”, afirmou, quando questionado sobre possíveis irregularidades na pasta antes de ele assumir. Ele também falou da carência de profissionais na rede, incluindo ginecologista.

Quando o jornalista Rodrigo Gasparini o questionou sobre a revisão dos contratos da Saúde, Watanabe respondeu de forma enfática. “Todos, sem exceção”. Novamente ao responder Gasparini, ainda sobre a situação dos contratos, Watanabe preferiu se abster quando questionado sobre o que viu ao assumir a pasta. “Eu prefiro deixar para a CPI. Não tenho esse poder de polícia. O meu negócio é a atenção básica”, justifica.

Conforme o secretário, parte dos problemas atuais da Saúde são de contratos que não estavam no orçamento. “Existem alguns contratos que foram realizados que extrapolaram esse orçamento nosso”, garante.

Sobre a gestão compartilhada, conforme ele, não foi um erro. Entretanto, conforme Watanabe, o que ocorreu foi uma terceirização.