Recarga de celular em totens facilita ‘roubo’ de dados
É preciso ter cuidado para o uso dos conectores USB em espaços públicos ou privados. Crédito da foto: Divulgação
A Unidade Especial de Proteção de Dados e Inteligência Artificial do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (Espec) alerta aos proprietários de celulares e de tablets para não usarem conectores USB no momento da recarga de seus aparelhos em espaços públicos ou privados, como totens de localizados em aeroportos e shoppings centers.
O presidente da Comissão de Direito Digital da subseção Sorocaba da OAB, Rafael Reis, destaca a importância das pessoas ficarem atentas de modo a evitar se tornarem vítimas da ação de “hackers” e sofrerem prejuízos. Ataques cibernéticos, acrescenta ele, são tipificados na lei como crime, mas os cuidados precisam ser praticados.
A Unidade funciona como um núcleo de apoio à atuação do Ministério Público, a exemplo de outras como o Grupo de Atuação no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e consiste na primeira iniciativa em nível nacional dedicada exclusivamente à proteção dos dados pessoais e da privacidade.
Segundo o comunicado divulgado esta semana, o uso de conectores USB para recarga pode ocasionar o “roubo” de dados pessoais diretamente dos celulares e tablets dos proprietários por meio da técnica conhecida como juice jacking, além de possibilitar a instalação de programas maliciosos nos equipamentos, como o malware/vírus.
O juice jacking basicamente permite que os invasores roubem dados ou infectem dispositivos de pessoas inocentes conectadas a hacks em centrais elétricas USB. Já um malware infecta os dispositivos, permitindo o acesso de hackers. Eles podem ler e exportar dados, incluindo senhas, e até bloquear aparelhos, tornando-os inutilizáveis. Isso diz respeito aos cabos USB já encontrados conectados a estações de carregamento (fixos ou removíveis) ou mesmo dados como brinde e promoção. Para evitar juice jacking, uma maneira de se proteger é levar seus próprios cabos de carregamento, usar tomadas elétricas comuns ou usar baterias portáteis compradas por você mesmo em lojas de confiança, evitando o uso de brindes e afins.
Os riscos dos ataques cibernéticos, ainda de acordo com o alerta do Espec, incluem a perda de dados pessoais; a apropriação indevida dessas mesmas informações; a prática de extorsão em razão do conteúdo obtido; a criptografia de dados pessoais para posterior cobrança, e o acesso indevido às contas de instituições financeiras.
Técnicos do órgão do Ministério Público relacionam alguns cuidados para evitar a prática que é considerada criminosa: usar baterias portáteis, também conhecidas como carregadores portáteis; conectar o celular ou o tablet diretamente na tomada, com uso de cabo de alimentação de energia, e, em último caso, na impossibilidade de seguir as recomendações, desligar o aparelho para evitar tráfego de dados durante a recarga usando conectores USB. (Da Redação)