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Qualidade do ar melhora durante a pandemia em Sorocaba

05 de Junho de 2020 às 00:01
Ana Claudia Martins [email protected]

Qualidade do ar melhora durante a pandemia A combustão móvel, combustão estacionária e energia elétrica são responsáveis pela emissão de 75,67% dos gases de efeito estufa em Sorocaba. Crédito da foto: Fábio Rogério (3/6/2020)

A qualidade do ar melhorou em Sorocaba desde o início da pandemia do coronavírus. Nas últimas 48 horas, por exemplo, essa é considerada boa pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). O resultado é monitorado em tempo real e pode ser consultado diariamente, por meio do site oficial do órgão estadual. A pesquisa foi feita pelo jornal Cruzeiro do Sul na noite de ontem.

A principal explicação para a melhora da qualidade do ar na cidade é que a quarentena provocou a diminuição da atividade econômica e, consequentemente, a circulação de veículos, reduzindo as emissões de substâncias poluentes na atmosfera.

Questionada a respeito, a Cetesb afirma que são vários os fatores que contribuem na classificação da qualidade do ar, entre eles as condições meteorológicas, favoráveis ou não à dispersão dos poluentes, somadas aos índices de chuva e vento e a quantidade da frota circulante. “Portanto, somente ao final do ciclo da pandemia a Cetesb fará um comparativo entre períodos, antes e durante a quarentena determinada no Estado, para avaliar a interferência de todas essas variáveis, dentro de critérios técnicos e de acordo com os padrões para classificação da qualidade do ar”, diz o órgão.

Já a Secretaria do Meio Ambiente de Sorocaba (Sema) afirma que o isolamento social, em razão da Covid-19, está beneficiando a qualidade do ar, por meio da redução da circulação de veículos. “Com isso, há uma menor queima de combustíveis, gerando uma menor quantidade de material particulado e gases poluentes na atmosfera. Além disso, há menor emissão de gases de efeito estufa pela queima de combustíveis fósseis”, afirma a pasta municipal.

Maior poluidor

Levantamento divulgado pela Sema, por meio do 1º Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa de Sorocaba, de 2014, que analisou as fontes de emissão de dióxido de carbono (CO2), óxido nitroso (N2O) e metano (CH4) nas atividades produtivas na cidade e a quantidade de gases que foi lançada na atmosfera entre 2002 e 2012, aponta o setor de energia (combustão móvel, combustão estacionária e energia elétrica) como responsável pela emissão de 75,67% dos gases de efeito estufa (GEE) em Sorocaba. “A combustão móvel equivale a 52,9%, ou seja, é um dos principais responsáveis pela emissão de GEE. Isto pode ser explicado pelo grande volume de veículos existentes na cidade, que consome grandes quantidades de combustível”, aponta o relatório.

A Sema destaca, ainda, que a diminuição da poluição do ar é mais perceptível nos grandes centros, porém a fauna urbana também é beneficiada, seja com o ar de melhor qualidade, menor poluição sonora e a menor degradação de habitats naturais, além de ser esperada uma redução do número de atropelamentos de animais silvestres com a queda da circulação de veículos.

Desde o dia 20 de março, a Cetesb tem registrado, em todas as 29 estações de monitoramento no Estado, qualidade do ar boa para os poluentes primários, que são emitidos diretamente pelas fontes poluidoras. O órgão aponta ainda que, no Brasil, a Resolução do Conama nº 491, estabelece padrões de qualidade do ar. Os principais poluentes que servem como indicadores são o material particulado (MP), dióxido de enxofre (SO2), monóxido de carbono (CO), ozônio (O3) e óxido de nitrogênio (NOx).

Queimadas preocupam nesta época do ano

Para a Sema, uma das grandes preocupações nesta época do ano, devido ao ar seco e à falta de chuva, é que o acúmulo de poluição aumenta e torna as queimadas mais propensas, causando uma série de problemas ambientais e à saúde da população.

Trata-se de um período crítico, considerando que o problema das queimadas ainda pode potencializar os efeitos da Covid-19, não apenas pelo aumento da procura por atendimento de saúde, mas também por agravar o estado de pessoas do grupo de risco ou que estejam contaminadas pelo novo coronavírus.

Por isso, a conscientização da população sobre não atear fogo em mato ou em lixo é muito importante. As queimadas trazem danos à saúde e ao meio ambiente, pois a fumaça e a fuligem podem provocar doenças respiratórias graves, comprometendo, principalmente quem sofre de asma e de bronquite. Outro risco está na queima ilegal de lixo. Isso porque quando são lançados na atmosfera, os compostos tóxicos gerados podem provocar severas irritações às vias respiratórias. Além disso, a queima de qualquer material combustível produz o gás carbônico, que é principal responsável pelas alterações climáticas do planeta, ocasionando fragilidade na atmosfera.

Para atuar na sensibilização das pessoas, a Secretaria do Meio Ambiente já iniciou a Campanha de Prevenção e Combate às Queimadas 2020, com utilização de busdoor e faixas que estão sendo instaladas esta semana nas principais vias da cidade. Também serão disponibilizados materiais digitais e spots de rádio no site da Sema, além de estratégias educativas digitais, como atividades do projeto “Sema vai à sua casa”, que é voltado a pais e filhos, e vídeos educativos sobre queimadas, que serão divulgados também por meio das redes sociais. (Ana Cláudia Martins)