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Prefeitura quer construir nova Policlínica em Sorocaba

13 de Março de 2020 às 00:01
Ana Claudia Martins [email protected]

Prefeitura quer construir nova Policlínica Prédio da Policlínica é onde funcionou o antigo hospital São Severino, em Santa Rosália. Crédito da foto: Fábio Rogério (12/3/2020)

A Prefeitura de Sorocaba não pretende mais terceirizar a gestão da Policlínica Municipal Edward Maluf, que fica no bairro Jardim Santa Rosália. Segundo a Secretaria da Saúde (SES), há um projeto para a construção de uma nova e maior Policlínica para ampliar o número de atendimentos e fortalecer a assistência à população.

No local são prestados atendimentos de consultas de diversas especialidades e exames, pela rede municipal de saúde, entre outros procedimentos. Conforme a SES, em 2019, por exemplo, no total foram feitos 173.331 atendimentos na Policlínica.

De acordo com a SES, o local para a construção do prédio ainda está em estudo e não foi definido. A pasta informou também que o dinheiro para a obra tem origem em uma emenda parlamentar feita pelo deputado federal Vitor Lippi (PSDB), mas o valor não foi divulgado.

O Cruzeiro do Sul questionou a assessoria de imprensa de Vitor Lippi, que confirmou a indicação, junto ao governo federal, do repasse de aproximadamente R$ 8 milhões junto ao orçamento impositivo da União, exercício 2020, para a construção de uma nova Policlínica na em Sorocaba.

A assessoria do deputado afirma ainda que o imóvel será erguido na zona norte, em um terreno da Prefeitura de Sorocaba, na avenida Ipanema. “O recurso será carimbado para a execução da obra, junto a Caixa Econômica Federal, e será repassado para a Prefeitura conforme o andamento da obra, que será licitada nos próximos meses. Existe uma grande burocracia para que o recurso seja investido, cabendo à Prefeitura Municipal a apresentação de documentos e o gerenciamento da contratação da obra”, diz a nota.

Além dos recursos federais, a assessoria de Vitor Lippi disse ainda que a deputada estadual Maria Lúcia Amary (PSDB) também destinará R$ 2 milhões, junto ao governo do Estado, para a conclusão da obra e compra de equipamentos. “Em breve, realizaremos uma coletiva de imprensa para a apresentação do projeto e mais informações serão divulgadas na oportunidade”, afirma.

O destino da Policlínica foi comentado recentemente em uma audiência na Câmara de Sorocaba, por conta da prestação de contas da SES, referente ao terceiro quadrimestre de 2019.

Pretendia terceirizar

A gestão do prefeito cassado José Crespo (DEM) pretendia terceirizar a gestão da Policlínica, ou seja, passar a gestão da unidade para uma Organização Social de Saúde (OSS), como foi feito com as Unidades Pré-Hospitalares (UPHs) Norte e Oeste da cidade, bem como com a Leste, desde que foi criada em 2013.

Em agosto de 2018, a Prefeitura chegou a divulgar um chamamento público para instituições interessadas em fazer a gestão da Policlínica. Na ocasião, a gestão Crespo informou que havia uma demanda de mais de 41 mil exames em Sorocaba.

De acordo com o chamamento, o valor estimado para o custeio mensal de todas as atividades do Policlínica não poderia ultrapassar R$ 2,9 milhões.

A justificativa para a realização do chamamento e consequente gestão terceirizada da Policlínica era apoiar as necessidades dos serviços de atenção básica de saúde, com realização de consultas médicas de especialidades, serviços de apoio e terapêutico, cirurgias ambulatoriais em regime de hospital-dia ou não, atendimento de serviço social e serviço de enfermagem.

Porém, em outubro de 2018, a Justiça suspendeu o edital de chamamento público da Prefeitura para o processo de gestão compartilhada da Policlínica.

Mas, em janeiro de 2019, o Tribunal de Justiça do Estado (TJ-SP) suspendeu a liminar que impedia a Prefeitura de realizar o chamamento público para convocação de instituições interessadas em obter a qualificação de Organização Social, a fim de firmar contrato para a gestão compartilhada na Policlínica Municipal.

Apesar da decisão judicial favorável, em agosto do ano passado o então prefeito José Crespo teve seu mandato cassado pela Câmara e o projeto de terceirização da Policlínica acabou não avançando.

Agora, a gestão da prefeita Jaqueline Coutinho informou que pretende construir uma nova Policlínica Municipal, visto que o prédio onde ela funciona hoje é antigo e foi tombado em 2011. Nele já funcionou o antigo hospital São Severino. Assim qualquer reforma no prédio necessita de aprovação do Conselho de Defesa do Patrimônio Municipal.

Além disso, em 2018, segundo informado pela SES, o município gastava quase R$ 850 mil por ano somente com a manutenção predial do local.

Unidade enfrenta falta de profissionais

A Secretaria de Saúde (SES) afirma que no momento há falta de profissionais na Policlínica por conta de aposentadorias e exonerações ocorridas ao longo dos anos, mas não informou o número. A pasta garante que neste ano não houve a saída de médicos da unidade de saúde.

Ainda segundo a pasta, a Policlínica funciona de segunda a sexta até às 19h para evitar faltas dos pacientes e oferecer um atendimento mais cômodo às pessoas que têm dificuldade de acesso, por conta do horário de trabalho. “Também vale destacar que até às 19h, durante a semana, há atendimentos médicos, odontológicos, de enfermagem e procedimentos de centro cirúrgico”, diz.

A SES informa que a Policlínica conta com as seguintes especialidades médicas: vascular; cirurgião geral; cirurgião pediátrico; cirurgião plástico; cirurgião torácico; mastologista; oncologista; neurocirurgia; neurologista; oftalmologista; ortopedia; otorrinolaringologia; proctologia; cardiologista adulto e infantil; pneumologista adulto e infantil; pediatria; hebiatria; endocrinologista adulto e infantil; geneticista; hematologista; dermatologista; nefrologista; geriatra; urologista e ginecologista.

Além do atendimento multiprofissional de enfermagem, fonoaudiólogo, psicólogo, fisioterapeuta e odontologia (endodontia, estomatologia, periodontia, bucomaxilofacial, pacientes especiais e próteses dentárias).

A unidade também realiza os exames de ultrassom; endoscopia; estudo urodinâmico; espirometria; eletrocardiograma; cardiotocografia e radiologia odontológica. E possui os programas Recém-nascido de Risco; Pré-Natal de Alto Risco; Tuberculose; Hanseníase e Pé Diabético. (Ana Cláudia Martins)