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Prefeitura insiste no pedido por maior flexibilização em Sorocaba

29 de Maio de 2020 às 00:01

Fase na qual Sorocaba se encontra atualmente permite a retomada de atividades imobiliárias, concessionárias de veículos, escritórios, comércio de rua e shoppings centers. Crédito da foto: Vinícius Fonseca (25/5/2020)

A prefeita de Sorocaba, Jaqueline Coutinho (PSL), vai insistir junto ao Governo do Estado para que a cidade passe do segundo para o terceiro nível na escala de flexibilização das atividades econômicas estabelecido pelo Plano São Paulo. O Executivo deve enviar nesta sexta-feira (29) um ofício ao Palácio dos Bandeirantes pleiteando novo enquadramento no plano apresentado na última quarta-feira (27) pelo governador João Doria (PSDB) e que entrará em vigor a partir da segunda-feira (1º).

A escala é composta por cinco níveis que classificam as regiões do Estado conforme os níveis de flexibilização dos serviços. Na fase 1 (vermelha), a restrição às atividades não essenciais é total. Do pior estágio, as bandeiras evoluem para as fases de controle (fase 2 -- laranja), flexibilização (fase 3 -- amarela), abertura parcial (fase 4 -- verde) e normal controlado (fase 5 -- azul). O objetivo da classificação, de acordo com o Estado, é assegurar atendimento de saúde à população e garantir níveis seguros de disseminação do coronavírus para modular as ações de isolamento.

De acordo com o plano, Sorocaba encontra-se na fase 2 -- laranja, que permite a retomada de atividades imobiliárias, concessionárias de veículos, escritórios, comércio de rua e shoppings centers. Em todos os casos, o atendimento ao público será limitado a 20% da capacidade efetiva de cada empresa. Na fase 3, pleiteada pela Prefeitura, Sorocaba teria liberado, também, o funcionamento de bares, restaurantes e similares, além de salões de beleza, com o aumento do percentual de atendimento para 40%.

“Vou oficiar ao governo estadual, apontando a realidade da cidade sobre seu atendimento à saúde e as diferenças que nos separam de outras cidades da região que integram o Conselho Municipalista”, informou Jaqueline Coutinho na noite de anteontem (27), em coletiva de imprensa, alegando que a cidade vive “outra situação do ponto de vista daquilo que está sendo feito tanto no campo médico, quanto das consequências econômicas.”

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Na manhã de ontem (28), o Comitê de Enfrentamento do Coronavírus em Sorocaba, chefiado pelo médico Fernando Brum, se reuniu para elaborar um documento com intuito de dar “fundamentação científica” ao ofício que pede o aumento da flexibilização. O estudo epidêmico foi entregue à prefeita à tarde. O seu teor, no entanto, não foi divulgado.

O Plano São Paulo, que traça uma série de medidas e metas para a reabertura gradual das atividades econômicas no estado, estabeleceu os níveis das regiões do Estado tendo como base a média da taxa a capacidade do sistema de saúde, como a ocupação de leitos de UTI exclusivas para pacientes contaminados pelo coronavírus e o número de novas internações no mesmo período, e a evolução da epidemia, considerando os números de casos, internações e óbitos decorrentes de Covid-19.

Ainda segundo o plano, uma região só poderá passar a um maior relaxamento após 14 dias da mudança de fase, mantendo os indicadores de saúde estáveis por um período completo de incubação do vírus.

Prefeitura insiste em pleitear mudança na flexibilização em Sorocaba Em ofício, prefeita Jaqueline Coutinho pedirá ascensão de nível no Plano São Paulo; secretário Flávio Amary já adiantou que movimento é legítimo, mas governo estadual não cederá às “pressões políticas”.

Sem “pressão política”

Sorocabano que integra o Comitê Econômico Extraordinário que construiu o Plano São Paulo em parceria com o Centro de Contingência do coronavírus, o secretário de Habitação, Flávio Amary, praticamente descartou o pedido da prefeita para que a cidade seja enquadrada em uma faixa mais branda. Ele enfatizou que a mudança de nível seguirá critérios técnicos, e não pressões políticas.

“Neste momento não existe a possibilidade desse pedido de mudança ser atendido”, afirmou, destacando que o nivelamento das regiões foi estabelecido tendo como base critérios técnicos e científicos definidos e discutidos por uma comissão de médicos e especialistas que integram o centro de contingência. “Eu, como sorocabano, espero que a nossa cidade possa mudar de fase, mas não por pressão política, e sim por melhora no quadro dos indicadores”, afirmou.

O secretário de Habitação disse considerar “legítimo que os prefeitos busquem defender o que acreditam”, mas ressaltou que o plano de reabertura da economia foi construído de “forma transparente”, e com consulta aos municípios paulistas -- que inclusive tiveram acesso ao seu teor antes de ser oficialmente anunciado pelo governador.

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“Não teve surpresa”, afirmou -- comentando que a prefeita Jaqueline Coutinho, a exemplo dos demais prefeitos paulistas, participou de uma reunião virtual na noite da última terça-feira (26) na qual foram apresentados os detalhes do plano de reabertura gradual da economia.

Desde o início da pandemia, Flávio Amary, assim como os demais secretários estaduais, tem atuado como articulador regional nas ações de combate ao coronavírus no estado, fazendo a interlocução com 79 prefeituras das regiões de Sorocaba e Itapeva. Ele acrescentou que a publicação do decreto sobre o Plano São Paulo traz o detalhamento de percentual de ocupação nos estabelecimentos e tempo máximo de permanência. “E as prefeituras têm autonomia, dentro desses parâmetros, de tomar decisão que devem tomar”, finalizou.

Executivo discute reabertura de igrejas e encaminha a de shoppings

A Prefeitura de Sorocaba informou ontem (28) que a prefeita Jaqueline Coutinho (PSL) se reuniu com líderes de diversas denominações religiosas da cidade para discutir a “retomada consciente” das atividades, cultos e celebrações a partir do dia 1º de junho, assim como deverá ocorrer com os demais segmentos da atividade econômica contemplados pelo Plano São Paulo de flexibilização.

Durante a reunião, a prefeita Jaqueline Coutinho ressaltou que todas as medidas sanitárias deverão estar contidas em novo decreto a ser publicado até hoje e amplamente divulgado pelos órgãos e canais de comunicação da Prefeitura de Sorocaba.

A chefe do Executivo também recebeu representantes dos cinco shoppings (Cianê, Cidade, Iguatemi Esplanada, Panorâmico e Sorocaba) para tratar sobre a retomada das atividades do setor. Os representantes do setor informaram quais medidas serão adotadas mediante a reabertura dos espaços.

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Os shoppings deverão realizar testes para verificar as condições de todos os funcionários, além de fazer a remoção de bancos dos corredores e áreas de descanso para evitar contato e aglomeração.

Escolas e transporte

O Plano São Paulo não detalha como se dará a retomada das escolas e do transporte público, mas o secretário de Habitação, Flávio Amary, adiantou que os assuntos estão sendo objeto de discussões mais aprofundadas e que uma entrevista coletiva, para tratar especificamente desses temas, está agendada para segunda-feira (1º).

O sorocabano revelou que o planejamento do Governo do Estado é que o retorno às aulas, ao menos na rede estadual, ocorra concomitantemente à abertura de “algumas áreas das atividades econômicas”, sem especificar quais. (Felipe Shikama)

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