Postos de saúde começam campanhas de vacinação contra pólio e de multivacinação
Criança recebe vacina no primeiro dia de campanha de multivacinação em Sorocaba. Crédito da Foto: Vinícius Fonseca (05/10/2020)
Os postos de saúde de toda a região começam nesta segunda-feira (5) a Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite para crianças de até 5 anos. A mobilização vai até o dia 30 de outubro em todo o país. Os órgãos de saúde alertam que a população deve procurar o serviço mesmo com a pandemia de Covid-19, pois a vacina é de extrema importância para manter as crianças imunes à doença. Em Sorocaba, a aplicação será feita nas 32 Unidades Básicas de Saúde (UBS) das 8h às 16h.
Também a partir desta segunda-feira (5), inicia-se a campanha nacional de multivacinação. Crianças e adolescentes menores de 15 anos, não vacinados ou com esquemas incompletos de qualquer vacina, devem comparecer às unidades de saúde para atualizar a caderneta de vacinação.
Haverá o 'Dia D' de vacinação no dia 17 de outubro, um sábado, das 8h às 17h nas UBSs. A ação tem como objetivo reduzir o risco da reintrodução do poliovírus e promover acesso às vacinas. Outra intenção é a atualização da situação vacinal e aumentar as coberturas vacinais. Além de diminuir a incidência das doenças.
Público-alvo
O grupo alvo da vacinação contra a poliomielite são crianças a partir de um ano até menores de cinco anos. Já na multivacinação, serão atendidas as crianças e adolescentes com até 14 anos, 11 meses e 29 dias.
Entre as vacinas disponíveis na campanha estão: BCG, de prevenção contra a tuberculose; Pentavalente, contra a difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e influenza B; Rotavírus humano, contra a diarreia; Pneumocócica 10, que protege contra a pneumonia, meningite e otite; Meningocócica C e ACWY, contra meningites; Tríplice viral, que previne contra sarampo, caxumba e rubéola; Antivaricela; Vacina HPV, que evita tipos de câncer em jovens; Hepatite A e Febre Amarela.
A estimativa do Ministério da Saúde é que haja no país 11,2 milhões de crianças nessa faixa etária. A meta é imunizar 95% desse público.
Campanha nacional de multivacinação tem como objetivo atualizar a caderneta de vacinação de moradores. Crédito da Foto: Vinícius Fonseca (05/10/2020)
Doença
A poliomielite, também chamada de pólio ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda causada pelo poliovírus, que pode infectar crianças e adultos e, em casos graves, pode levar a paralisias musculares, em geral nos membros inferiores, ou até mesmo à morte. A vacinação é a única forma de prevenção.
Não existe tratamento específico para a poliomielite, todas as pessoas contaminadas devem ser hospitalizadas, recebendo tratamento dos sintomas de acordo com o quadro clínico. Entre os sintomas mais frequentes estão febre, dor de cabeça e no corpo, vômitos, espasmos e rigidez na nuca. Na forma paralítica ocorre a súbita deficiência motora, acompanhada de febre, flacidez e assimetria muscular e persistência de paralisia residual (sequela) após 60 dias do início da doença.
As sequelas são tratadas por meio de fisioterapia e de exercícios que ajudam a desenvolver a força dos músculos afetados. Além disso, pode ser indicado o uso de medicamentos para aliviar as dores musculares e das articulações.
Desde 2016, o esquema vacinal contra a poliomielite passou a ser de três doses da vacina injetável (VIP, aos 2, 4 e 6 meses) e mais as doses de reforço com a vacina oral bivalente (VOP, gotinha). A medida está de acordo com a orientação da Organização Mundial da Saúde e faz parte do processo de erradicação mundial da pólio. Essa vacinação propicia imunidade individual e aumenta a imunidade de grupo na população em geral.
No Brasil, o último caso de infecção pelo poliovírus selvagem ocorreu em 1989, na cidade de Souza, na Paraíba. Em 1994, o país recebeu da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) a certificação de área livre de circulação do vírus. No cenário internacional, hoje, existem dois países endêmicos para a doença: o Paquistão e Afeganistão.
Vacina contra a pólio é aplicada em gotas. Crédito da foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Covid-19
O Ministério da Saúde orientou a rede pública a adotar medidas de prevenção contra a Covid-19, para garantir a segurança das pessoas que comparecerem aos postos.
Entre as orientações para as unidades de saúde estão garantir a administração das vacinas em locais abertos e ventilados; disponibilizar local para lavagem das mãos ou álcool em gel; orientar que somente um familiar acompanhe a pessoa a ser vacinada e realizar a triagem de pessoas com sintomas respiratórios antes da entrada na sala de vacinação.
De acordo com o Ministério, até o momento não há contraindicação médica para vacinar pessoas com infecção pelo novo coronavírus. Caso alguma pessoa com Covid-19, suspeita ou confirmada, esteja hospitalizada ou em unidade de saúde com sala de vacina, ela deve receber as doses de acordo com o calendário nacional de vacinação.
A campanha nacional também visa a conscientizar a população sobre a importância da vacinação para a proteção contra diversas doenças, no âmbito do Movimento Vacina Brasil, lançado no ano passado com o objetivo de combater as fake news e aumentar a cobertura vacinal da população. (Da Redação, com informações da Agência Brasil e Prefeitura de Sorocaba)
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