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Porto Feliz mantém rigor no combate à disseminação do coronavírus

10 de Julho de 2020 às 00:37

Uma das medidas obrigou o comércio não essencial a ficar de portas cerradas para ampliar o isolamento social. Crédito da foto: Fábio Rogério (1/7/2020)

Com a chegada do novo coronavírus no interior paulista, alguns municípios da Região Metropolitana de Sorocaba (RMS) precisaram criar estratégias para tentar garrotear a subida vertiginosa no número de infectados. Uma das primeiras cidades a implementar ações mais restritivas foi Porto Feliz, que limitou a ação dos comércios essenciais, proibiu o consumo de bebidas alcoólicas em ambientes públicos e criou protocolos profiláticos próprios para tratar os pacientes infectados pela Covid-19, entre outras iniciativas.

Atualmente, o município está na fase 1 (vermelha) do Plano São Paulo de Retomada das Atividades Econômicas, que permite apenas o funcionamento de comércios classificados como essenciais. De acordo com o último boletim epidemiológico da Secretaria da Saúde de Porto Feliz, divulgado nesta quinta-feira (9), a cidade contabiliza 354 casos confirmados, 305 curados e seis óbitos por conta do novo coronavírus.

Tratamento precoce

Prefeito Cássio Prado (PTB). Crédito da foto: Reprodução

Em entrevistas, o prefeito Cássio Prado (PTB) atribui o baixo número de óbitos confirmados do novo coronavírus por conta do tratamento precoce da doença. Desde 28 de março, data do surgimento do primeiro caso confirmado, a Secretaria da Saúde local estabeleceu um “kit Covid-19” com os medicamentos hidroxicloroquina, azitromicina, celecoxibe 200mg e metroclopramida.

“A gente tem seguido com esse protocolo, que é baseado em uma iniciativa de Madrid, na Espanha, pela médica Marina Bucar. Nós vimos o que tinha de melhor nos protocolos, mudando algumas coisas e usado com sucesso”, disse o chefe do Executivo em entrevista à jornalista Leda Nagle.

Além da profilaxia, o município também foi um dos primeiros a engrossar as normas do isolamento social. Desde 25 de junho, um decreto municipal proibiu o consumo de bebidas alcoólicas em espaços públicos e também limitou o período de serviços de drive-thru, após as 18h, nos dias de semana e aos sábados; e, após as 12h, aos domingos.

Quem desrespeita as normas do isolamento pode ser multado pela municipalidade caso realize eventos com aglomeração, festas, comemorações e qualquer outro tipo de reunião em casas, sítios, chácaras, apartamentos, fazendas e áreas de uso comum de condomínios e loteamentos fechados.

Ação orientativa

Ação da GCM orientou pessoas em situação de rua a não ficarem aglomeradas. Crédito da foto: Fábio Rogério (1/7/2020)

No dia 1º de julho, a reportagem acompanhou ação da Guarda Civil Municipal (GCM) em praças da região central, com a finalidade de orientar pessoas em situação de rua e em aglomeração nos ambientes públicos. Na ocasião, a GCM informou que as ações seriam apenas orientativas e não punitivas. A instituição também é responsável por fiscalizar se a população tem respeitado as proibições de consumo de bebidas alcoólicas em espaços públicos.

O jornal Cruzeiro do Sul questionou o município sobre as ações de enfrentamento da Covid-19, porém, não obteve respostas até o fechamento desta publicação.

Aprovação

Nivaldo aprova as restrições. Crédito da foto: Fábio Rogério (1/7/2020)

Apesar das limitações nas atividades comerciais que impactam a economia, alguns comerciantes e moradores têm apoiado as ações do Executivo. Nivaldo Ulerick, 58 anos, é proprietário de um bar na cidade e conta que o impacto nas vendas é momentâneo e necessário, devido à necessidade de combater a doença. “O comércio sentiu a queda nas vendas, mas nós temos que seguir essas regras. O povo não colabora, então, o prefeito precisou tomar essas medidas”, relata o empresário.

Depois de 15 dias sem sair de casa, as irmãs Rebeca Leme, 18 anos, e Mirian Leme, 18 anos, só deixaram o isolamento social para acompanhar a mãe em um exame médico no centro da cidade. Em suas raras idas até o comércio, Rebeca destaca o perigo que os munícipes enfrentam por não seguir as regras como o uso de proteção facial. “As pessoas continuam vindo para o Centro mesmo com ele fechado, nem todo mundo usa máscara e é uma determinação da Prefeitura, mesmo assim as pessoas andam de carro pela cidade desprotegidas”, alertou a jovem.

Barreiras

Agentes de trânsito medem a temperatura dos passageiros dentro dos veículos que chegam à cidade. Crédito da foto: Fábio Rogério (1/7/2020)

Entre as iniciativas municipais para evitar a importação e disseminação do novo coronavírus estão as barreiras sanitárias nas principais vias de acesso à cidade. Agentes de trânsito fiscalizam as entradas de não moradores, aferindo a temperatura dos passageiros dentro dos veículos e orientando condutores.

Os veículos com placas de Porto Feliz têm livre acesso; quem vem de fora precisa justificar a visita. Na aferição de temperatura, caso algum passageiro apresente sintomas de febre, ele é orientado a procurar atendimento médico.

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Conforme apurou a reportagem, o Poder Executivo estaria avaliando a criação de um adesivo que identifique os carros com placas de cidades vizinhas, mas que pertencem a moradores da cidade.

Até o momento, apenas um veículo não porto-felicense foi impedido de acessar a cidade, já que um dos passageiros apresentava sintomas do Sars-Cov-2. Agentes de trânsito orientaram o condutor a buscar atendimento médico no Hospital Regional Adibe Jatene, em Sorocaba, referência para Covid-19 para a área do Departamento Regional de Saúde (DRS-16) de Sorocaba, que representa a cidade Porto Feliz também. (Wesley Gonsalves)

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