A soma dos valores de todos os serviços e bens produzidos na cidade de Sorocaba -- o chamado Produto Interno Bruto (PIB) -- aumentou quase 10% entre 2017 e 2018. O total foi de R$ 31,8 bilhões para pouco mais de R$ 35 bilhões. Os dados foram divulgados ontem (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O instituto aponta, ainda, que o PIB sorocabano aumentou 658% em 19 anos e 170% na década entre 2008 e 2018.

Conforme o IBGE, o PIB de Sorocaba foi de R$ 35.015.188.390,00 em 2018, ou seja, R$ 3.162.330.390,00 maior que o de 2017, estimado em R$ 31.852.858.000,00. O aumento foi de 9,9%.

Segundo o diretor titular do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), em Sorocaba, Erly Domingues de Syllos, a situação é positiva, mesmo se tratando de dados que refletem o passado. “Nesse mesmo passado, de um modo geral, o Brasil estava em uma crise, desde 2016”, lembra, comentando que a cidade se saiu melhor na situação, tendo em vista o cenário de 2018.

O diretor do Ciesp lembra ainda que, em 2018, Sorocaba se destacou de maneira muito forte. A montadora Toyota e indústria automotiva nacional estavam em crescimento no ano. Conforme ele, mesmo empresas que não estão instaladas em Sorocaba dependem, de alguma forma, de outras que fabricam na cidade, como a multinacional ZF. “Não é um fato isolado o que aconteceu em 2018. Trata-se de sementes que foram plantadas em anos anteriores e que surtiram efeito”, diz.

Com o cenário projetado para os anos seguintes a 2018, e em especial o de 2020, com os efeitos da pandemia, Syllos não acredita que o resultado positivo se repita. Entretanto, ele ressalta que o fator logístico favorece a cidade, assim como a mão de obra qualificada local. “É uma dinâmica que não pode parar nunca. Temos esse momento importante do resultado de 2018, mas temos que pensar e focar no futuro”, termina.

Para o professor e economista Geraldo de Almeida, o resultado é muito positivo. “Surpreendente. Precisa ver onde cresceu mais. Um dos motivos é que as plantas que se instalaram ao longo dos anos foram aumentando sua capacidade de produção. Com isso, puxando serviços. O crescimento precisa de uma política nacional e local, dependo do crescimento da economia como um todo. Outro fator é a diversificação da economia, que em Sorocaba não é concentrada em um só setor”, destaca.

Para Almeida, há caminhos e metas para serem seguidas para manter o ritmo de crescimento. “Agora a economia precisa das reformas macros, principalmente a tributária. Trazer competitividade para as empresas nacionais e controlar as contas públicas são fatores fundamentais para dar segurança para os investidores”, conclui.

Evolução

O PIB de Sorocaba, em 1999, era de R$ 4,6 bilhões. Seis anos depois, em 2005, já tinha mais que dobrado e superando R$ 9,2 bilhões. Em 2008 alcançou os R$ 13 bilhões e, no ano de 2010, já superava R$ 16 bilhões -- indo para mais de R$ 32 bilhões em 2014. Em 2015, o PIB de Sorocaba recuou para R$ 30 bilhões, mantendo o índice em 2016. No ano seguinte, foi a R$ 31,8 bilhões, passando para os R$ 35 bilhões no último levantamento.

Com aumento de R$ 18 bilhões, o crescimento foi de 170% nos últimos 10 anos. Entre 1999, início da série histórica observada pela reportagem, até o último levantamento, o aumento foi de 658%, com incorporação de mais de R$ 30 bilhões no PIB de Sorocaba.

Outros dados

Conforme o IBGE, a maior participação do PIB da cidade está no setor de serviços, com R$ 16,5 bilhões. A indústria vem na sequência, com quase R$ 8,9 bilhões. Impostos líquidos de subsídios, sobre produtos e a preços correntes, em 2017, foram R$ 6,9 bilhões. Administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade social representam R$ 2,6 bilhões. A agropecuária acrescenta pouco mais de R$ 32,6 milhões do PIB sorocabano.

Os dados do IBGE ainda apontam que o PIB per capita (por habitante) era de R$ 52.169,13. No mesmo ano, o PIB per capita brasileiro foi de R$ 33.593,82.

RMS

O PIB de Sorocaba é o maior da Região Metropolitana. Os dados apontam que, na RMS, Itu tem o segundo maior PIB (R$ 7,8 bilhões). A cidade é seguida por Salto (R$ 7,3 bilhões). Itapetininga (R$ 4,7 bilhões) e Tatuí (R$ 4 bilhões) fecham a lista dos cinco maiores PIBs da RMS. Alambari tem o menor PIB: pouco mais de R$ 100 milhões.

Sobre a renda per capita, a maior da RMS é a da cidade de Araçariguma, de R$ 149.668,66. A segunda maior é a do município de Alumínio, de R$ 113.887,93. Logo em seguida vem o PIB per capita de Salto -- R$ 62.187,92. Sorocaba é a quinta na lista. Com valor de R$ 13.344,01, Capela do Alto tem o menor PIB per capita.

Os maiores

Os dez municípios com os maiores Produto Interno Bruto (PIB) per capita no País em 2018 somavam 1,5% da economia nacional e 0,2% da população brasileira, de acordo com o Produto Interno Bruto dos Municípios 2018, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O município com maior PIB per capita foi Presidente Kennedy (ES), com R$ 583.171,85, seguido por Ilhabela (SP), com R$ 419 457,22, ambos impulsionados pela extração de petróleo.

O terceiro lugar foi de Selvíria (MS), R$ 362.080,40, seguido por São Gonçalo do Rio Abaixo (MG), com R$ 337.288,81; Paulínia (SP), com R$ 306.163,17; Triunfo (RS), com 304.208,49; Vitória do Xingu (PA), com R$ 291.967,12; Extrema (MG), com R$ 268.459,18; Louveira (SP), com R$ 229.610,70; e São Francisco do Conde (BA), R$ 225.290,31. (Marcel Scinocca, com informações de Estadão Conteúdo)