Sem ônibus nas ruas de Sorocaba, quem precisou retornar para casa no fim da tarde desta sexta-feira (14) pegou carona, usou transporte por aplicativo ou voltou a pé. Nos principais corredores de ônibus, desde a avenida Independência, no Éden, até à avenida Itavuvu, zona norte, e avenida São Paulo, zona leste, o trânsito registrou pontos de lentidão no horário de pico das 17h às 19h, mas com movimento semelhante ao de dias comuns.
Entre os que passaram pelo terminal de ônibus no início da noite e pretendiam voltar a pé para casa estava o vendedor de balas Saulo Fernando Monteiro, de 36 anos. Ele vende balas há um ano e meio na avenida Juscelino Kubitschek de Oliveira e mora no bairro Maria Eugênia, na Zona Norte. Disse que pela manhã percorreu esse trecho a pé por 2 horas e 15 minutos, das 6h às 8h15, e no fim da tarde previu que a alternativa seria essa se não conseguisse compartilhar com alguém o custo de um transporte por aplicativo. Deficiente físico, ele usa prótese mecânica na perna direita e mais o apoio de uma bengala para se locomover.
O comerciário Josiel Dias, de 44 anos, pegou carona com o amigo Felipe Rodrigo, de 31 anos. Dias reclamou dos efeitos da greve: “Eu não vendo, deixo de ganhar comissão, e deserta a cidade. Foi um dos piores dias do mês.” A professora Ana Lúcia Barbosa, de 47 anos, disse: “É isso aí. O Brasil para ir para a frente, só chacoalhando.”
A reportagem percorreu corredores de ônibus e terminais de transferência como os do Éden, da avenida Itavuvu e o terminal Santo Antonio, o maior da cidade. Em todos esses locais não havia nenhum sinal de ônibus. A escriturária Tais Oliveira Silva, de 23 anos, passou em frente ao terminal Santo Antonio no início da noite, no retorno para Sorocaba, e teve que recorrer ao transporte por aplicativo para voltar para casa. (Carlos Araújo)