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Polícia Civil de Sorocaba deflagra operação para coibir golpes em idosos

13 de Agosto de 2020 às 08:34
Vinicius Camargo [email protected]

Explosivo é encontrado na região onde corpo de Aline foi achado em Alumínio Polícia Civil investiga grupo que aplicava golpes em aposentados. Crédito da foto: Fábio Rogério / Arquivo JCS (12/9/2019)

Atualizada às 12h38 

Uma integrante de uma quadrilha acusada de estelionato foi presa na manhã desta quinta-feira (13), em Embu das Artes, na Região Metropolitana de São Paulo. Segundo a Polícia Civil, o grupo aplicava golpes contra idosos em Sorocaba. A mulher, de 41 anos, foi detida em casa. A prisão ocorreu durante a operação "Golpe Baixo", deflagrada por agentes do 3º e 8º distritos policiais de Sorocaba. O objetivo da ação é coibir esse tipo de crime. Outros dois suspeitos não foram localizados e seguem foragidos.

A polícia cumpriu três mandados de prisão temporária e quatro de busca e apreensão em oito endereços residenciais, nas cidades de Embu e Itapecerica da Serra. Segundo Acácio Leite, delegado titular do 8º DP, não foi possível encontrar os outros dois integrantes porque a quadrilha possuía diversos endereços e se mudava frequentemente.

Ainda conforme o delegado, também não foram localizados os "escritórios" onde os golpistas operavam. Por isso, ainda não foram achados os objetos pessoais roubados das vítimas e materiais usados nos crimes.

A mulher foi ouvida na sede do 3º Distrito Policial. Ela confessou participação no esquema e será autuada por estelionato, com agravante de prática de crime contra idoso, afirma Leite. Agora, a Justiça vai concluir o inquérito e decidir se converte a prisão temporária em preventiva. Posteriormente, a suspeita deve ser encaminhada à Cadeia Pública de Cesário Lange.

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O "golpe da recompensa"

De acordo com Leite, o grupo tinha sede em Embu e Itapecerica e atuava na região central e na zona norte de Sorocaba há cerca de dez meses. Ao menos dois integrantes faziam o "trabalho de campo." O golpe era aplicado em idosos desacompanhados e, principalmente, com idades bastante avançadas. As ações ocorriam em frente às agências bancárias, entre o 1º e o 10º dia de cada mês. Essas datas eram escolhidas porque são, geralmente, os dias de pagamentos de aposentadorias e outros benefícios.

Assim que observavam a aproximação das vítimas, os criminosos jogavam uma carteira nas calçadas próximas aos bancos. Quando o idoso encontrava o objeto, prontamente, a mulher presa aparecia e se oferecia para ajudar a encontrar o dono. Em seguida, outro integrante dizia ser o proprietário. Ele oferecia uma "recompensa" às pessoas por terem localizado e devolvido o item. Então, entregava uma caixa de sapato à golpista. Já para a vítima informava que o "prêmio" deveria ser retirado em lojas ou bares situados naquelas áreas.

O suspeito também dizia que era proibida a entrada com bolsas, carteiras e sacolas nos locais. Pedia as vítimas para deixarem esses pertences com ele e, na sequência, fugia. Os estelionatários levavam documentos, dinheiro, cartões, celulares, papéis com anotações de dados bancários, entre outros objetos pessoais dos idosos, informa o delegado. Posteriormente, faziam saques, compras e transferências bancárias.

Até o momento, em torno de 15 vítimas já foram identificadas. Mas esse número pode ser maior, pois nem todos denunciam, acredita o titular do 8º DP . "Os idosos têm vergonha de elaborar o boletim de ocorrência e acabam não procurando a polícia", diz.

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Investigação

A investigação começou há cerca de dez meses, no segundo semestre de 2019, conta o delegado. À época, os agentes do 3º e 8º distritos policiais começaram a receber várias denúncias sobre crimes praticados de forma semelhante. Por esse motivo, levantou-se a suspeita da operação de uma quadrilha de estelionatários na cidade. No decorrer dos trabalhos, a hipótese se confirmou. A partir disso, a Polícia Civil identificou os três suspeitos, bem como os endereços usados por eles, dando início à operação. (Vinicius Camargo)