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Ônibus voltam a circular em Sorocaba após 4 horas de paralisação

23 de Abril de 2020 às 21:04

Ônibus voltam a circular em Sorocaba após 4h de paralisação Trabalhadores do transporte público de Sorocaba se aglomeraram em frente à sede do sindicato da categoria. Crédito da foto: Fábio Rogério (23/04/2020)

Após quatro horas de paralisação do transporte urbano em Sorocaba, os trabalhadores retornaram às atividades. Eles não descartaram uma greve por tempo indeterminado a partir dos próximos dias, caso questões salariais e um um acordo específico para este período de pandemia não sejam resolvidos.

A paralisação ocorreu em virtude de uma assembleia liderada pelo Sindicato dos Rodoviários de Sorocaba e Região. O encontro teve início por volta do meio-dia e terminou às 16 horas. Segundo a entidade, “em protesto” por falta de pagamento de salário e por causa da “intransigência” das empresas Consor e STU nas rodadas de negociação.

De acordo com o sindicato, as duas empresas não pagaram o adiantamento salarial aos trabalhadores no dia 20 deste mês e estariam sendo “intransigentes” nas rodadas de negociação. Já as empresas afirmam que passam por dificuldades financeiras em virtude da queda do número de usuários por causa da pandemia e não há "outra providência senão demitir”.

Ônibus voltam a circular em Sorocaba após 4 horas de paralisação Ônibus parados no Terminal Santo Antonio, por volta das 15 horas, em Sorocaba. Crédito da foto: Fábio Rogério (23/4/2020)

Nota conjunta

As empresas de transporte de ônibus de Sorocaba, Consor e STU, divulgaram nota conjunta na qual dizem que o adiantamento de salário ainda não foi pago por causa das dificuldades financeiras do momento. Em contrapartida, estão “buscando uma solução”.

As concessionárias do transporte coletivo municipal dizem ainda que, se a Prefeitura continuar pagando o subsídio referente a 40% da frota que está circulando, mesmo com prejuízo, as empresas seguirão com o mesmo percentual circulando na cidade. “Aos 60% restantes não teremos outra providência senão demitir, pois não há recurso disponível”.

O protesto, que ocorreu em frente à sede do sindicato da categoria, na rua Capitão Augusto Franco, na Vila Amélia, e resultou na com aglomeração de dezenas de pessoas, teve início por volta do meio-dia. Em nota, o sindicato afirma que “mesmo sem salário, os trabalhadores retornaram à atividade para transportar a população no retorno para a casa”. A decisão seria uma forma de demonstrar que o sindicato está aberto ao diálogo.

Acordo

Na manhã de quarta-feira (22), sindicato, representantes de empresas do transporte urbano e Prefeitura se reuniram para tentar costurar um acordo sobre a questão trabalhista diante da pandemia do novo coronavírus. A reportagem apurou que a prefeita Jaqueline Coutinho (PSL) apresentou a proposta de manter o subsídio mensal integral de R$ 6 milhões, mesmo com apenas 40% da frota operando, para que elas pudessem honrar com os deveres trabalhistas, que está sendo analisada pelas empresas. “O que não se pode, mais uma vez, é jogar nas costas da prefeitura uma conta que é deles [empresas]”, disse a prefeita na manhã desta quinta em entrevista à rádio Jovem Pan.

O sindicato afirma que concordou com a adesão da Medida Provisória 936, do governo federal, que instituiu o chamado "Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda". Porém, as mesmas estariam “intransigentes” e apresentando novos obstáculos diante de possibilidades de acordo.

As empresas, por sua vez, dizem que o sindicato aceitou a redução da jornada de trabalho de 100% para 50%. Porém, em relação à remuneração, reivindicam o recebimento de 100%, ou seja, aceitam trabalhar metade e receber o total. “Isso não é viável, nem pelas empresas e nem tampouco ao erário público”, consideram.

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A Urbes, empresa pública que gerencia o transporte na cidade, afirma que “seu papel é contribuir para que as partes cheguem a um acordo e que não haja prejuízo àqueles que precisam trabalhar por exercerem atividades nos serviços essenciais neste momento de pandemia”. (Felipe Shikama)

Na São João, acordo foi possível

Na segunda-feira, o Grupo São João e o Sindicato dos Rodoviários de Sorocaba e Região fecharam acordo que garantiu aos trabalhadores o pagamento do piso salarial e a manutenção dos empregos mediante a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Com isso, foi assegurada a continuidade das operações do transporte urbano em Votorantim, que estiveram suspensas por dois dias, e das linhas intermunicipais gerenciadas pela EMTU.

A tratativa prevê que a São João irá aderir à Medida Provisória 936/2020, com redução de jornada e de salário entre 50% e 70% ou suspensão de contrato de trabalho. O pagamento da porcentagem do salário restante sobre o valor do Seguro Desemprego se dará pelo governo federal, mediante a adesão ao Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda. A diferença entre o piso salarial da categoria e o valor que o trabalhador receber será pago pela São João como abono, em duas parcelas. (Da Redação)