Obra provoca escuridão na avenida Afonso Vergueiro, em Sorocaba
Passageiros do transporte coletivo enfrentaram insegurança com a escuridão total no ponto de ônibus. Crédito da foto: Fábio Rogério
Quem passa à noite no trecho da avenida Afonso Vergueiro, em Sorocaba -- entre o cruzamento com a rua Professor Toledo e a confluência com a avenida Eugênio Salerno -- sofreu com a escuridão que tomou conta do local. O problema gerou medo e insegurança em muita gente. A situação perdurou por dias até que a iluminação foi restabelecida após o envio, pela reportagem do jornal Cruzeiro do Sul, das reclamações dos munícipes ao poder público.
No local, as obras de aumento da vazão do córrego Supiriri restringiram os espaços destinados ao fluxo do trânsito, o que vem causando lentidão nos horários de pico. Mas à noite, o cenário ganhou clima de filme de suspense, como descreveu o montador de móveis Éder Martins, de 37 anos. “É perigoso aqui, nos dois sentidos, tanto para os carros como para as motos e os pedestres. Está cruel, para mulher principalmente.”
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Na visão de Martins, nessas condições, quem espera o ônibus no ponto existente na avenida, em frente ao Shopping Sorocaba, corre o risco de ser abordado por ladrões de celular. Quinta-feira à noite, a professora Cecília Cattani, de 36 anos, com a filha Júlia Cattani, de 17 anos, falou: “Está escuro mesmo.” Era por volta das 20h e ela disse que a preocupação, naquele momento, não era acentuada, porque estava em companhia da filha e era hora de grande movimento de carros: “Mas um pouco mais tarde fica perigoso.” Júlia acrescentou: “O medo é passar alguém e pegar a gente desprevenida.”
Júlia e Cecília: “Está escuro mesmo”. Crédito da foto: Fábio Rogério
O construtor Sidnei Passos, de 61 anos, tentou achar explicações para a situação: “É o efeito de uma obra, não sei se teria condições de evitar o escuro. Se evitasse o escuro, seria melhor. O mais triste é que acabaram com o jardim mais bonito da avenida. Isso não tem jeito, é o progresso.”
Dois postes com iluminação, no estacionamento do Shopping Sorocaba, e a iluminação de um posto de gasolina na esquina da avenida com a rua Arthur Gomes, ajudavam a clarear o trecho da avenida.
Desde que a obra começou, fim de julho, alguns postes de iluminação foram retirados no trecho e os que foram mantidos ficaram com as lâmpadas apagadas. O jardim a que se referiu Sidnei Passos é o que existia no canteiro central, junto ao semáforo na confluência com a rua Arthur Gomes até à junção com a avenida Eugênio Salerno.
Éder: perigoso para carros e pedestres. Crédito da foto: Fábio Rogério
Uma das avenidas mais movimentadas de Sorocaba, a Afonso Vergueiro é local de passagem de milhares de pedestres e veículos que se deslocam entre as várias regiões da cidade. Outros pontos de geração de movimento na via são as moradias próximas, as clínicas de saúde, escritórios diversos, comércios variados e prestadores de serviços, postos de gasolina, os shoppings Sorocaba e Pátio Cianê e o terminal de ônibus Santo Antônio.
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Obras por seis meses
Diante do problema, a construtora responsável pela obra da avenida Afonso Vergueiro, em conjunto com a Secretaria de Conservação, Serviços e Obras, informou que verificaria a possibilidade de reativamento parcial da iluminação pública no local, enquanto ocorrem os serviços. A informação foi divulgada pela assessoria de imprensa do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) e confirmada com a volta na iluminação na noite de sexta-feira.
De acordo com o Saae, as obras estão em pleno andamento e dentro do cronograma estabelecido. Salvo imprevistos, o prazo deverá ser cumprido. A obra foi iniciada no fim de julho e tem prazo de conclusão em seis meses, o que corresponde ao fim de janeiro de 2020.
O Saae acrescenta que os trabalhos estão sendo executados pela empresa Melhor Forma Construtora Ltda., vencedora do processo licitatório com custo de aproximadamente R$ 4 milhões, sendo 80% recursos provenientes do Fundo Estadual de Recursos Hídricos (Fehidro), órgão ligado à Secretaria Estadual de Saneamento e Recursos Hídricos do Governo do Estado, e os outros 20% são contrapartida da autarquia. (Carlos Araújo)
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