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Novo empreendimento aumenta preocupação com água

22 de Novembro de 2019 às 00:01

Novo empreendimento faz aumentar preocupação com escassez de água Ecivitas Smart City deverá ter quase 40 mil moradores. Crédito da foto: Divulgação

Em meio à crise hídrica que levou a Prefeitura a decretar rodízio no abastecimento em Sorocaba, o impacto previsto com o consumo adicional de água é a principal preocupação de representantes de organismos da sociedade civil, na cidade e na região, com o projeto de implantação de um novo empreendimento imobiliário na zona oeste. O assunto foi tema de audiência pública convocada pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema) e realizado ontem no Soriá Eventos, com público avaliado em 120 pessoas.

Enquanto o arquiteto Guilherme Takeda, da empresa Emais Urbanismo, envolvida na programação do empreendimento, disse que ele “é um projeto inovador que tem única fonte de inspiração: são as pessoas”, representantes de entidades sorocabanas e regionais alertaram para o cenário atual de escassez de água frente à implantação de loteamento que vai representar aumento de consumo.

De responsabilidade da Real Elevadores Imobiliária S.A., o Loteamento Misto Ecivitas Smart City será implantado em oito fases com projeção para 7.765 lotes que abrigarão 39.492 pessoas - número maior do que o da população de muitas cidades. O espaço ocupado reservará 25 áreas verdes de lazer e parque linear. O projeto também foi apresentado como modelo de “cidade inteligente”.

Novo empreendimento faz aumentar preocupação com escassez de água Audiência pública debateu os impactos da “nova cidade”. Crédito da foto: Fábio Rogério (21/11/2019)

O representante da Associação de Moradores do Piazza Di Roma, Rogério de Campos, criticou: “Preocupa muito o tamanho da inteligência desta cidade: a zona oeste neste momento está sem água.” O líder comunitário da Associação de Moradores da Zona Leste, Cláudio Robles, perguntou: “Onde é que vamos arrumar água?” O presidente da Associação Comercial de Sorocaba (Acso), empresário Sérgio Reze, em sintonia com essas manifestações, decretou: “Chega de ilusão.” Reze lembrou que a cidade já tem problemas com obras do BRT, saúde e escolas.

A ambientalista Viviane Rodrigues de Oliveira, da ong SOS Itupararanga e do Conselho Gestor da Área de Proteção Permanente (Área) de Itupararanga, referindo-se ao contexto de escassez hídrica na região e ao projeto do loteamento, disse: “Que garantia nós temos de que vai ter água para todo mundo?” E o professor da UFSCar André Cordeiro, também membro do Comitê de Bacias do Rio Sorocaba e Médio Tietê, informou que não há como tirar mais água das bacias de mananciais da região de uma forma geral. De acordo com a engenheira agrônoma Maria Cristina Poletto, da Cetesb, a fase da audiência pública é a de avaliação da viabilidade do projeto do loteamento. O parecer sobre essa possível viabilidade será emitido pela Cetesb em fase posterior. (Carlos Araújo)

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