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Canetas

Uso de medicamentos contra a obesidade cresce no Brasil

25 de Dezembro de 2025 às 19:24
Vernihu Oswaldo [email protected]
Conhecidas como ‘canetas emagrecedoras’, terapias aprovadas ajudam no controle do peso
Conhecidas como ‘canetas emagrecedoras’, terapias aprovadas ajudam no controle do peso (Crédito: CHRISTIAN CAMILO / DIVULGAÇÃO )

Nos últimos anos, a obesidade tem se consolidado como um problema de saúde pública em escala global. No Brasil, os números seguem em crescimento. De acordo com o Atlas Mundial da Obesidade 2025, cerca de 31% da população brasileira vive atualmente com obesidade.

O levantamento aponta ainda que aproximadamente 40% dos adultos não praticam atividades físicas na frequência recomendada. As estratégias tradicionais de combate à obesidade incluem a prática regular de exercícios, mudanças alimentares e reeducação nutricional, mas a adesão a esses hábitos ainda encontra dificuldades.

Diante desse cenário, cresce a procura por alternativas médicas que auxiliem no controle do peso. É nesse contexto que ganham espaço os medicamentos popularmente conhecidos como “canetas emagrecedoras”, frequentemente apresentados como uma opção complementar no tratamento da obesidade.

Afinal, o que são?

Apesar do nome popular, o termo “canetas emagrecedoras” é incorreto. O nome técnico do tratamento é Terapia Incretínica. Segundo a endocrinologista Larissa Teles Sanches, essas medicações são atualmente a primeira opção indicada pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia para o tratamento da obesidade.

De acordo com a médica, os medicamentos apresentam bons resultados clínicos. “São eficazes porque promovem uma perda de peso média entre 15% e 23%. Do ponto de vista da segurança, também apresentam benefícios cardiovasculares, com redução comprovada do risco de infarto e AVC, principalmente pela diminuição da gordura abdominal e visceral”, explica. Atualmente, dois medicamentos estão autorizados no Brasil para esse tipo de tratamento: o Wegovy, cujo princípio ativo é a semaglutida, e o Mounjaro, que utiliza a tirzepatida.

Larissa alerta, no entanto, para a circulação de falsificações desses produtos no mercado. Segundo ela, versões irregulares costumam ser fabricadas no exterior, especialmente no Paraguai, ou produzidas de forma ilegal em farmácias de manipulação. “Como esses medicamentos são patenteados, a vigilância sanitária não pode analisar nem realizar testes de bioequivalência dessas moléculas que se dizem iguais às originais”, afirma.

Para reduzir riscos, a endocrinologista recomenda a compra apenas em farmácias de confiança e reforça que médicos não podem vender medicamentos, prática que configura infração ao código de ética profissional.

A Lilly, fabricante do Mounjaro, disponibiliza em seu site uma ferramenta que permite ao consumidor verificar a autenticidade do produto, medida adotada diante do aumento de tentativas de falsificação.

 

 

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