Cuidados
Calor intensifica riscos de intoxicação alimentar e problemas de pele
Com a proximidade do verão, o aumento das temperaturas eleva o risco de doenças causadas por alimentos mal armazenados e de problemas resultantes da exposição solar. Profissionais de nutrição e dermatologia orientam a população a adotar medidas de prevenção no dia a dia para evitar danos à saúde durante o período.
A nutricionista Larissa Stanghini explica que microrganismos se multiplicam mais rapidamente em ambientes quentes, o que acelera a deterioração dos alimentos. Por isso, produtos perecíveis não devem permanecer fora da refrigeração por mais de uma hora. Carnes, leite pasteurizado, iogurtes, queijos, presunto e preparações com maionese estão entre os itens que exigem mais cuidado.
Alimentos com cheiro e sabor alterados, pontos de mofo, acúmulo de líquido ou textura viscosa não devem ser consumidos. O armazenamento correto inclui separar alimentos crus de cozidos, guardar produtos refrigerados imediatamente após a compra e evitar colocar comida quente diretamente na geladeira, para não elevar a temperatura interna do equipamento.
No transporte de refeições prontas, Larissa recomenda evitar que os alimentos atinjam a chamada “zona de perigo”, entre 5ºC e 60ºC. Bolsas térmicas com gelo ajudam a manter marmitas frias em condições seguras. Para refeições quentes, recipientes térmicos mantêm a temperatura adequada até o consumo.
Sobre a alimentação em dias de calor, a nutricionista indica a preferência por refeições leves, com frutas, saladas, legumes, grãos e carnes magras, o que facilita a digestão. A hidratação deve ser contínua ao longo do dia. Uma forma de estimar a quantidade de água necessária é multiplicar o peso corporal por 35 ml. Frutas com maior teor de água, água de coco, sucos naturais, chás gelados e sorvetes de fruta também contribuem para o consumo hídrico. Crianças, idosos e pessoas que praticam atividade física precisam de atenção específica, pois podem se desidratar com mais facilidade.
Cuidados com a pele
Além dos cuidados com a alimentação, a radiação solar é fator de risco constante nesta época do ano. A dermatologista Christiane Radaic Rocha destaca que a exposição frequente ao sol contribui para o desenvolvimento do câncer de pele, cuja prevenção é tema da campanha Dezembro Laranja, da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Segundo a médica, o impacto da radiação ultravioleta se acumula desde a infância. Entre 10h e 16h, a exposição deve ser evitada, devido à maior intensidade da radiação. O uso de roupas, chapéus e tecidos com fator de proteção solar é indicado como complemento ao protetor.
Para o uso correto do protetor solar, a especialista orienta a escolha de produtos com FPS a partir de 30 e proteção também contra UVA, indicada pelo PPD no rótulo. A aplicação deve ser feita em quantidade suficiente: uma colher de chá para rosto e pescoço. A reaplicação é necessária a cada duas horas ou com maior frequência em caso de suor ou mergulho.
Christiane lembra que o protetor deve ser usado por todos os tons de pele, incluindo a pele negra, que também pode desenvolver melanoma. Para a avaliação de pintas e manchas, ela sugere observar a regra do ABCDE: assimetria, borda irregular, variação de cor, diâmetro acima de 6 mm e evolução da lesão. Alterações como sangramento ou inflamação são sinais para buscar atendimento dermatológico.
Crianças e idosos podem desenvolver insolação com maior facilidade e, quando há queimaduras intensas, a médica recomenda avaliação em serviço de saúde. Ela também orienta familiares a observarem lesões que surgem com a idade, como ceratoses actínicas, que podem evoluir para câncer se não tratadas.
O autoexame da pele é reforçado pela campanha Dezembro Laranja. A orientação é observar todo o corpo, incluindo áreas menos visíveis, como couro cabeludo, plantas dos pés, unhas e região genital, procurando ajuda para examinar locais de difícil visualização. (Murilo Aguiar)
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