A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde ouviu ontem (11) à tarde três fiscais responsáveis por contratos. A sessão ocorreu a portas fechadas no plenarinho da Câmara de Sorocaba.

Foram ouvidos três servidores públicos responsáveis pela fiscalização dos contratos firmados com a Top Imagem e com o Instituto Nacional de Ciências da Saúde (INCS), em reunião fechada, sem a presença de público e imprensa.

O presidente da CPI, vereador Claudio Sorocaba (PSD), e o relator Cristiano Passos (Republicanos) deram entrevista coletiva após o término da sessão. Cristiano afirmou: “Na primeira reunião da CPI de 2026, voltando do recesso, nós vamos chamar os dois chefes de fiscais.”

Claudio disse acreditar que as oitivas foram proveitosas para a CPI. “Avançamos muito, pudemos entender muito nessa primeira oitiva, agora nós temos uma diretriz do trabalho da CPI. No meu ponto de vista, foi produtiva essa audiência porque pudemos conhecer de fato o processo.”

A convocação dos três fiscais foi feita após solicitação do vereador Roberto Freitas (PL). Ele afirmou que os fiscais não estariam aptos a realizar o trabalho, pois não teriam recebido nenhum tipo de treinamento para a função. “Todos eles disseram que não há nenhuma experiência, nenhuma capacitação da prefeitura para que eles realizassem a fiscalização. Nunca houve um checklist, nunca houve um treinamento, nunca houve nenhum tipo de instrução para que eles fizessem esse trabalho de fiscalização da forma correta”, disse Freitas.

Vinte e três vereadores estiveram presentes na sessão. Apenas Ítalo Moreira (União) não compareceu, além do presidente da Câmara, pastor Luis Santos, que não participa da CPI.

Divergências

Outros vereadores presentes na CPI afirmaram não concordar com a versão da presidência. O vereador Dylan Dantas (PL) afirmou, em nota, que: “Na quarta reunião da CPI, ouvimos três fiscais da Secretaria de Saúde, mas não houve avanços relevantes. Reiterei novamente a importância de começarmos a ouvir os secretários que integraram a pasta da Saúde.” Ainda de acordo com o vereador, o clima durante a sessão foi tranquilo, havendo discussões apenas em relação aos próximos convocados.

Raul Marcelo (PSOL) disse que “ficou claro que esses profissionais não tinham qualificação para fiscalizar o contrato, não receberam treinamento para exercer a função e parte deles foi nomeada para cargo de indicação política”. O vereador reiterou a necessidade de convocar os ex-secretários de Saúde de Sorocaba, “bem como os empresários envolvidos na Operação Copia e Cola, da Polícia Federal.”

A CPI deve voltar a se reunir depois do recesso parlamentar. Ainda de acordo com o relator Cristiano Passos, não se sabe se a oitiva dos chefes dos fiscais será realizada novamente a portas fechadas. (Vernihu Oswaldo)