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Evento

Fórum sobre violência contra mulheres é realizado em Sorocaba

Participantes discutiram como ampliar a aplicação da Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra Mulheres

10 de Dezembro de 2025 às 15:33
Da Redação [email protected]
O encontro, aberto ao público, integrou a programação dos
O encontro, aberto ao público, integrou a programação dos "21 Dias de Ativismo" (Crédito: Fábio Rogério)

O primeiro Fórum Regional de Políticas Públicas de Combate à Violência Contra as Mulheres aconteceu nesta quarta-feira (10), no auditório da Faculdade Anhanguera, em Sorocaba. O evento fez parte dos “21 Dias de Ativismo” e reuniu profissionais da rede de proteção, representantes de órgãos públicos, movimentos sociais e cidades da região.

Organizado pela Secretaria da Mulher de Sorocaba, o encontro teve palestras, debates, apresentação de projetos e relatos de equipes que atendem vítimas. As participantes discutiram como melhorar o funcionamento dos serviços e como ampliar a aplicação da Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra Mulheres.

A secretária da Mulher, Rosângela Perecini, afirmou que muitas ações previstas em lei ainda não acontecem de forma completa nos municípios. Ela reforçou o pedido para que Sorocaba receba a Casa da Mulher Brasileira. O processo está no Ministério das Mulheres há quatro anos. A Prefeitura informou que já tem o terreno e documentação e aguarda cerca de R$ 20 milhões em emendas parlamentares para iniciar a obra.

Rosângela também falou sobre a importância da união entre cidades da região para fortalecer a rede de atendimento e melhorar a prevenção.

A guarda civil municipal Cristiane Nascimento, 48 anos, que atua no programa Protege Mulher, relatou que as equipes já chegaram a atender ocorrências no momento exato em que uma agressão estava prestes a acontecer, graças ao acionamento do Botão do Pânico.

De acordo com a prefeitura, quando o atendimento é realizado pelo Centro de Referência da Mulher (Cerem), a vítima é cadastrada no sistema, recebe orientações sobre o programa e passa a ter acesso ao botão diretamente na tela do celular. Caso o agressor descumpra a decisão judicial, a mulher pode acioná-lo imediatamente, enviando um alerta automático ao Centro de Operações e Inteligência (COI) da Guarda Civil Municipal, junto com sua localização.

Cristiane também coordena um grupo de vôlei com 84 mulheres e afirmou que pretende repassar às participantes os conteúdos discutidos no fórum, já que muitas delas ainda têm dificuldade em identificar situações de violência psicológica, moral ou financeira.

A moradora de Sorocaba Jocélia Pereira, 35 anos, relatou que viveu um relacionamento abusivo e enfrentou depressão. Segundo ela, o processo de recuperação começou quando recebeu acolhimento e conseguiu se olhar no espelho após um longo período. A partir dessa experiência, Jocélia passou a dedicar um dia por semana para oferecer atendimentos estéticos e escuta a mulheres em situação semelhante. Ela afirmou que muitas chegam sem conseguir falar sobre o que sentem, mas acabam se abrindo conforme o tempo vai passando. Para ela, quando essas mulheres se olham no espelho e se reconhecem, começa um processo de retomada da própria identidade.

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