Buscar no Cruzeiro

Buscar

Legislativo

Vereadores querem afastar secretários

Segundo os parlamentares, o objetivo é "preservar a lisura das investigações e evitar qualquer risco de interferência na apuração dos fatos"

13 de Novembro de 2025 às 21:00
Cruzeiro do Sul [email protected]
Dylan Dantas aciona a CPI da Saúde: pede a saída de gestores investigados
Dylan Dantas aciona a CPI da Saúde: pede a saída de gestores investigados (Crédito: DIVULGAÇÃO / CÂMARA DE SOROCABA)

Dois pedidos de afastamento de secretários e servidores citados na Operação Copia e Cola movimentaram os corredores da Câmara de Sorocaba durante a tarde de ontem (13). Um deles partiu do vereador Dylan Dantas (PL) que protocolou, junto à recém-instaurada Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde, um requerimento para que sejam identificados os servidores comissionados citados nas investigações da Polícia Federal, além do afastamento imediato deles.

“Estou solicitando, de forma oficial e formal, como um primeiro ato da CPI da Saúde aqui na Câmara, o afastamento de todos os servidores apontados na investigação da Operação Copia e Cola da Polícia Federal”, justifica.

O outro pedido partiu dos vereadores do PT, Iara Bernardi e Izídio de Brito. Eles enviaram ao prefeito Fernando Martins (PSD) uma solicitação de afastamento de secretários e agentes públicos investigados na Operação Copia e Cola. Segundo os parlamentares, o objetivo é “preservar a lisura das investigações e evitar qualquer risco de interferência na apuração dos fatos”.

“Peço esse afastamento até para o prefeito Fernando ter mais tranquilidade nos trabalhos da prefeitura e confiança da população, porque é vergonhoso que pessoas investigadas em esquemas de corrupção permaneçam ocupando cargos tão importantes na cidade”, afirma Iara.

Investigações

Secretários, ex-secretários e servidores da Prefeitura de Sorocaba foram mencionados pela Polícia Federal na investigação da Operação Copia e Cola, cuja segunda fase foi deflagrada no dia 6 e que apura um suposto esquema de propina envolvendo contratos municipais durante a gestão do prefeito afastado Rodrigo Manga (Republicanos). As citações constam no documento que embasou as prisões de Josivaldo Batista Souza e Marco Mott, além do afastamento de Manga por seis meses.

Entre os nomes mencionados estão: Clayton Cesar Marciel Lustosa, secretário do Empreendedorismo; Glauco Enrico Bernardes Fogaça, diretor-presidente do Saae; Luciana Mendes da Fonseca, secretária de Administração; Márcio Bortolli Carrara, ex-secretário da Educação e hoje assessor de gabinete; Marcelo Duarte Regalado, secretário da Fazenda; e Paulo Henrique Marcelo, ex-secretário de Desenvolvimento, atualmente assessor do Gabinete Central.

O que diz a prefeitura?

Questionado sobre a situação dos servidores, o Executivo afirmou que a “Prefeitura de Sorocaba, até o momento, não foi oficialmente notificada sobre o caso mencionado. O setor jurídico do município não teve acesso ao conteúdo (da investigação), que tramita sob sigilo”. A nota enviada pela assessoria reforça que não houve qualquer alteração no secretariado municipal, “sendo que todos os secretários e secretárias continuam exercendo normalmente suas funções à frente das respectivas pastas”. (Vernihu Oswaldo)

 

 Vereadora também pede que Manga seja proibido de usar redes sociais

 

A vereadora Iara Bernardi (PT) protocolou, junto ao Ministério Público Federal (MPF), uma medida cautelar para impedir o prefeito afastado Rodrigo Manga (Republicanos) de utilizar suas redes sociais. Ela alega que Manga estaria divulgando fake news sobre a Operação Copia e Cola, da Polícia Federal, e sobre decisões judiciais relacionadas ao caso.

Segundo a parlamentar, “Manga tem milhões de seguidores na internet, mas infelizmente usa suas redes sociais para distorcer fatos e confundir a população. Essas práticas são perigosas, pois abalam a credibilidade das instituições e representam risco ao curso das investigações”.

Iara também mencionou o conceito de pós-verdade, afirmando que vivemos um cenário em que “algo que aparenta ser verdade é mais importante que a própria verdade”.

A defesa do prefeito afastado Rodrigo Manga foi procurada pelo Cruzeiro do Sul e se manifestou por meio de nota. No texto, afirma: “O prefeito Rodrigo Maganhato, por intermédio dos seus advogados, esclarece que a investigação conduzida pela Polícia Federal de Sorocaba é completamente nula, porque foi iniciada de forma ilegal e conduzida por autoridade manifestamente incompetente. Além disso, é fruto de perseguição política, não havendo nada de concreto a relacionar o prefeito a este inquérito policial. Ademais, é indiscutivelmente temerário o afastamento do prefeito baseado em ilações sobre supostas irregularidades investigadas. Os supostos fatos remontam ao ano de 2021, o que demonstra a ausência de qualquer contemporaneidade capaz de colocar em risco a continuidade do exercício do legítimo mandato do chefe do Executivo Municipal — mandato este conquistado de forma legítima e maciça nas urnas. A defesa reafirma sua confiança no pleno restabelecimento da verdade, reiterando que todas as medidas jurídicas cabíveis estão sendo adotadas para corrigir e reformar essa ilegalidade.” (V.O.)