Zona Sul
Frequentadores denunciam abandono do Parque Romeu Pires Osório
O descaso com o Parque Romeu Pires Osório voltou a ser motivo de reclamação entre frequentadores e moradores das imediações. O local, visitado diariamente por pessoas que praticam atividades físicas, passeiam com pets e levam as crianças para brincar, sofre com a falta de manutenção geral e apresenta sinais visíveis de abandono. Um dos problemas que mais têm chamado a atenção é o lago, que acumula lixo e lodo, provocando forte mau cheiro e afastando parte dos visitantes.
No entanto, as queixas não param por aí. As mais frequentes, inclusive, são a ausência de bebedouros, a pintura desgastada da ciclovia e trechos laterais da pista quebrados, com pedaços de concreto se soltando — situação semelhante à observada em alguns bancos de concreto e de madeira, que estão danificados. O mato alto também causa incômodo entre os usuários do parque.
O Reservatório de Detenção de Cheias (RDC) — o lago do parque — é uma estrutura semelhante a um piscinão, projetado para armazenar temporariamente o excesso de água das chuvas, retardando sua vazão e a liberando de forma controlada. Contudo, o espaço também sofre com a falta de limpeza e manutenção. Em diversos trechos é possível ver o acúmulo de lixo e lodo, perceptível até na superfície da água. Galhos, folhas, embalagens plásticas, garrafas pet e papéis podem ser facilmente encontrados boiando ou acumulados nas margens.
A psicanalista Daniela Camargo de Oliveira, 47 anos, costuma levar a cadelinha Gaya para passear no parque. “Trago ela [se referindo à cachorrinha] aqui e aproveito para caminhar um pouco. O parque é muito bom, mas sempre tem algumas coisas que podem melhorar, como a instalação de mais lixeiras e alguns quiosques para que a gente possa se proteger um pouquinho do sol”, comenta.
Ela concorda que o mato alto causa certo desconforto. “Entendo que isso acontece por causa das chuvas recentes, mas é sempre bom que o mato esteja cortado, assim ficamos mais tranquilos ao andar com os pets. Além disso, uma melhor sinalização na ciclovia ajudaria bastante, já que o espaço é usado tanto por quem corre quanto por quem pedala. Ficaria mais seguro para todos”, acrescenta Daniela.
O aposentado Luiz Tadeu Bernardini Godoy, 72, é outro frequentador assíduo e se preocupa com a situação do lago. “O que mais chama a atenção é a sujeira. A quantidade de detritos é grande e o material não é retirado. Com uma chuva mais forte, tudo isso acaba indo para o córrego. É possível ver muitos resíduos acumulados”, relata.
Luiz Tadeu aponta ainda outros problemas que observa com frequência: “Os bancos estão quebrados ou deteriorando, alguns até foram levados, e a roçagem precisa ser feita com mais regularidade. Até dá para entender que a vegetação cresce rápido por causa da chuva, mas o parque precisa de manutenção constante”, conclui.
O que diz a prefeitura?
A Prefeitura de Sorocaba foi questionada sobre a atual situação do Parque Romeu Pires Osório e informou, por meio do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), que em setembro foi realizada a limpeza e a manutenção preventiva dos dois reservatórios existentes nos arredores da área. Ainda segundo a autarquia, devido ao período de chuvas e às altas temperaturas, o mato e o lodo crescem mais rapidamente, e uma nova vistoria será feita no local, com previsão de nova intervenção até dezembro.
Com relação ao estado da ciclovia, a prefeitura informou que ela foi revitalizada em parceria com a iniciativa privada, como medida mitigadora, e que a Secretaria de Mobilidade irá verificar a necessidade de manutenção, bem como se o serviço executado ainda está dentro do prazo de garantia.
Por fim, a Secretaria de Serviços Públicos e Obras informou que enviará equipes para avaliar as necessidades de manutenção dos bancos. Quanto aos bebedouros, há estudo em andamento para implantação, porém ainda sem data prevista.
(Murilo Aguiar - Programa de estágio)