Origens
IBGE divulga lista dos sobrenomes e nomes mais comuns do Brasil
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou pela primeira vez uma lista com os sobrenomes mais comuns no Brasil, segundo o Censo de 2022. Nos três primeiros lugares estão Silva, Santos e Oliveira. Sorocaba segue a tendência nacional.
Na sequência dos dez sobrenomes mais comuns em Sorocaba estão Souza, Rodrigues, Ferreira, Pereira, Lima, Alves e, em décimo lugar, Almeida.
O IBGE divulgou também os nomes próprios mais frequentes. No país, entre as mulheres, os três primeiros são Maria, Ana e Francisca. Entre os homens, José, João e Antônio. Em Sorocaba, os nomes femininos mais comuns são Maria, Ana e Júlia; entre os masculinos, José, João e Lucas.
Sobrenomes na história
Antigamente, apenas a nobreza tinha sobrenomes. Camponeses e artesãos eram identificados pelos familiares, como “João, filho de José”, ou pela profissão, como “João Ferreiro”, explica o professor de Relações Internacionais da Universidade Anhembi Morumbi, Henrique Cavalcanti de Albuquerque.
É possível perceber traços da história em nomes estrangeiros. Segundo o professor, o sobrenome do piloto de Fórmula 1 Michael Schumacher, por exemplo, significa “sapateiro” em alemão.
Conforme a sociedade foi se modernizando, todos passaram a ter sobrenome — muitos carregando significados do passado. “Silva quer dizer selva, em latim, e estava associado a famílias ricas, mas hoje é um dos sobrenomes mais populares. Por outro lado, Souza sempre foi nome de camponeses, mas acabou se tornando sobrenome de algumas famílias ricas, inclusive no início da colonização, como a de Martim Afonso de Sousa, um dos primeiros donatários portugueses”, conta o professor.
Outro fator histórico relacionado aos sobrenomes brasileiros, além da miscigenação ao longo dos anos, foi o processo de colonização, que fez com que povos estrangeiros perdessem suas raízes. “Os escravizados que vieram de forma brutal da África infelizmente perderam seus sobrenomes e, ao se converterem ao Cristianismo, acabaram adotando nomes europeus, o que demonstra um apagamento de suas origens e memórias. O mesmo ocorreu com muitos indígenas mestiços no início da colonização, que, ao serem batizados, abandonavam seus nomes originais”, explica Albuquerque.
Atualmente, o sobrenome carrega as origens das famílias. Por meio dele, é possível descobrir dados sobre os antepassados, a genealogia e a descendência — e, para muitos, ele é motivo de orgulho.