Logo após o encerramento da sessão legislativa, na manhã de ontem (6), vereadores e assessores se reuniram em seus gabinetes para discutir o cenário político e os desdobramentos da decisão judicial que afastou o prefeito Rodrigo Manga (Republicanos) do cargo por 180 dias. Alguns parlamentares deixaram o prédio pouco depois, enquanto outros permaneceram em conversas reservadas.

O presidente da Câmara, Luís Santos (Republicanos), recebeu visitantes no gabinete da Presidência e admitiu ao Cruzeiro do Sul ter sido surpreendido pela decisão judicial. Por outro lado, afirmou ter cumprido as atribuições regimentais do cargo. “Cumpri as funções que me cabiam enquanto presidente da Casa, assinando a medida cautelar e dando publicidade às ações”, declara. Luís Santos também manifestou apoio ao agora prefeito interino, Fernando Costa Neto (PSD), destacando a importância de manter a estabilidade institucional.

O vereador Caio Oliveira (Republicanos) demonstrou confiança na inocência de Manga e afirmou acreditar que o prefeito deve recorrer e retomar o cargo. “Fico triste, o prefeito Manga é uma pessoa com quem eu tenho uma ligação gigante e creio na inocência dele. Acredito que, através de recurso, ele consegue voltar”, diz.

Toninho Corredor (Agir), por sua vez, lembrou que a investigação já estava em andamento e informou que o partido deve se reunir para definir o posicionamento oficial da bancada. O Agir tem três vereadores, sendo, ao lado do PL, a segunda maior bancada da Câmara, atrás apenas do Republicanos, que conta com sete parlamentares.

Dylan Dantas (PL) declarou ser “um fiscalizador e defensor das investigações”, destacando seu projeto sobre transparência das filas da saúde, aprovado pelo Legislativo, mas vetado pela prefeitura. Do mesmo partido, Roberto Freitas (PL) também comentou o episódio: “É uma situação muito triste para a nossa cidade. O prefeito vai ter o direito de se defender. Recebemos com muita surpresa o afastamento e a prisão de duas pessoas”.

Com o passar das horas, os corredores da Câmara foram se esvaziando, enquanto alguns vereadores seguiram para outros compromissos ou mantiveram os atendimentos à população. Diversos parlamentares afirmaram que os partidos deverão se reunir nos próximos dias para definir o posicionamento político das bancadas diante do afastamento do prefeito.