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Cesta básica volta a subir no mês de outubro

Preço teve alta de 0,14% em relação a setembro, mas mostra queda de 2,64% em comparação com outubro de 2024

05 de Novembro de 2025 às 11:42
Da Redação [email protected]
O valor da cesta básica em Sorocaba voltou a subir em outubro
O valor da cesta básica em Sorocaba voltou a subir em outubro (Crédito: Alisson Zanella)

O valor da cesta básica em Sorocaba voltou a subir em outubro, após quatro meses de queda. Segundo levantamento do Laboratório de Ciências Sociais Aplicadas (LCSA) da Universidade de Sorocaba (Uniso), o custo passou de R$ 1.133,07 em setembro para R$ 1.134,67 em outubro, variação de 0,14%, o que representa R$ 1,60 a mais.

Apesar do aumento no mês, o acumulado de 2025 ainda indica retração de 2,64%. Em relação a outubro de 2024, o valor da cesta está 4,19% maior, o que corresponde a R$ 45,65 de acréscimo em um ano.

Batata e cebola lideram as altas

Entre os 34 itens analisados, 13 apresentaram aumento de valor em outubro. A batata foi o produto com a maior variação, subindo 32,29% e passando de R$ 3,84 para R$ 5,08 o quilo. Em seguida vêm a cebola, com alta de 7,42%, o óleo de soja (5,98%) e o frango (4,43%).

De acordo com os pesquisadores, o encarecimento desses alimentos está ligado ao fim da safra de inverno, que reduz a oferta de produtos como batata e cebola. Já o óleo de soja foi impactado por fatores externos, como a guerra comercial entre Estados Unidos e China e o aumento da demanda por biocombustíveis, que influencia o preço da soja no mercado interno.

Itens que ficaram mais baratos

Por outro lado, 20 mercadorias registraram queda. O destaque foi o papel higiênico, com redução de 4,85%, seguido pela farinha de trigo (-4,31%), muçarela (-3,66%) e café (-3,43%).

Essas reduções estão relacionadas a fatores como maior disponibilidade de matéria-prima, como trigo e leite, e à queda no valor da celulose, que interfere no custo dos produtos de higiene.

Restaurantes buscam estratégias para driblar a alta

Com o avanço nos preços de alguns alimentos, proprietários de restaurantes têm buscado alternativas para conter despesas. Entre medidas comuns estão realizar compras em atacados e negociar diretamente com fornecedores.

Segundo um dos proprietários responsáveis pelas compras da churrascaria Laçador, em Sorocaba, Leandro Alquati, de 33 anos, o processo de aquisição dos produtos da cesta básica envolve muita pesquisa e planejamento.

“Alguns produtos nós fazemos cotações via WhatsApp com fornecedores de outras cidades. Depois, realizamos um balanço para ver o que realmente compensa adquirir. Geralmente, na quarta-feira, eu vou até o atacado, onde costumo comprar itens como arroz, feijão, óleo, açúcar e leite, produtos nos quais os atacadistas têm uma presença mais forte e disputam bastante pelo preço”, explica.

Para as carnes e proteínas, o empresário ressalta que as compras são realizadas diretamente com distribuidores da região, o que garante valores mais vantajosos.

“Esses produtos a gente não adquire mais em mercado, porque o valor é elevado. Com os distribuidores, conseguimos prazo no boleto, o que facilita bastante. Já nos atacadistas, o pagamento é à vista, no pix ou no cartão.”

Alquati também destaca que o controle de despesas é rigoroso.

“A gente faz um controle de CMV (Custo de Mercadoria Vendida) por planilha. Aos domingos, que é o nosso dia de maior movimento, os funcionários realizam uma contagem completa nas geladeiras, câmaras frias e estoques. A partir disso, temos uma base para fazer as cotações no começo da semana”, afirma.

Na parte dos produtos orgânicos, as compras são feitas no Ceavo, devido à flexibilidade de horário.

“No Ceasa a gente teria que ir de madrugada, então preferimos o Ceavo, que funciona à tarde e tem preços bem semelhantes”, explica.

Sobre as oscilações de preço, Leandro confirma que os reajustes afetam tanto o varejo quanto os distribuidores.

“O preço muda muito de semana para semana. Nos produtos básicos, como arroz, feijão, óleo, sal e leite, o mercado às vezes consegue valores melhores. Já em itens como limpeza, embalagens e congelados, os distribuidores acabam compensando mais”, conclui.

As mudanças frequentes nos custos e a necessidade de comparar preços entre atacadistas, distribuidores e mercados mostram o quanto é importante fazer um bom planejamento. A estratégia de comerciantes como ele demonstra um cenário em que cada decisão de compra pode impactar diretamente o valor final que o consumidor vai pagar. (Maria Clara Campos - programa de estágio) 

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