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Cosméticos falsificados são apreendidos em laboratório clandestino

Proprietário foi preso na zona sul de Sorocaba

30 de Outubro de 2025 às 17:54
Da Redação [email protected]
Até o momento, não há registros de pessoas que tenham sofrido reações adversas após o uso dos produtos
Até o momento, não há registros de pessoas que tenham sofrido reações adversas após o uso dos produtos (Crédito: Divulgação/Polícia Militar)

A Polícia Civil apreendeu uma grande quantidade de cosméticos falsificados em um galpão na cidade de Votorantim, na manhã desta quinta-feira (30). De acordo com o delegado titular da Divisão Especializada em Investigações Criminais (Deic), Rodrigo Ayres, o local era utilizado para a produção e o envase irregular de produtos de beleza e repelentes, todos com embalagens de marcas conhecidas. O proprietário de 35 anos foi preso em flagrante.

A operação foi conduzida pela 1ª Delegacia de Investigações Gerais, da Deic, e cumpriu mandados de busca e apreensão expedido pela Justiça em dois locais: um apartamento no Parque Campolim e um galpão no bairro Barra Funda, em Votorantim. O imóvel, segundo a polícia, funcionava como um verdadeiro laboratório clandestino de falsificação.

“Essa operação foi deflagrada com o objetivo de cumprir um mandado de busca. Essa ação é resultado de uma investigação de cerca de dois meses, iniciada para apurar a possível falsificação de cosméticos e também de repelentes”, explicou o delegado. Durante as diligências, os policiais encontraram frascos, embalagens e produtos prontos para comercialização, muitos deles com rótulos e logotipos de empresas vítimas da falsificação. A Vigilância Sanitária Municipal acompanhou o cumprimento do mandado e lacrou o estabelecimento.

“Conseguimos localizar repelentes falsificados e outros cosméticos. O local funcionava como um laboratório, onde eram fabricados produtos adulterados e falsificados. Todo o material foi apreendido e o responsável pelo imóvel, proprietário da empresa, foi conduzido à delegacia. Ele foi preso em flagrante por crime contra a saúde pública”, afirmou Ayres.

De acordo com o delegado, o suspeito alegou em depoimento ter “conhecimento na área de cosméticos” e que estaria apenas realizando testes, o que foi descartado pela investigação. “Constatamos que ele já comercializava os produtos, utilizando embalagens de outras fábricas sem autorização. A venda era feita principalmente pela internet”, detalhou.

As investigações começaram após o registro de um boletim de ocorrência feito por uma das empresas vítimas, que percebeu a venda de um repelente falsificado com sua marca. A fabricante chegou a adquirir uma unidade pela internet e constatou que o produto continha apenas óleo de citronela, sem os princípios ativos originais.

“A partir desse boletim, iniciamos a investigação e conseguimos identificar quem estava produzindo e quem estava vendendo os produtos falsificados”, disse o delegado. Além dos repelentes, a polícia também encontrou embalagens de diferentes marcas de cosméticos, o que indica que o suspeito poderia falsificar outros itens. A confirmação dependerá de exames periciais.

“Havia frascos de várias empresas. Muito provavelmente ele usava essas embalagens para envasar outros produtos também falsificados, mas isso ainda será confirmado com perícia”, completou Ayres. O delegado explicou ainda que as embalagens originais apreendidas pertencem às empresas vítimas e serão devolvidas após a conclusão dos exames. Segundo ele, o material encontrado é extenso. “Estamos falando de centenas de embalagens, como mostram as imagens das apreensões”, afirmou.

Sobre a origem das embalagens, a investigação aponta que elas teriam sido descartadas por empresas legítimas, mas desviadas antes do destino final. “Essas embalagens foram descartadas, mas houve um desvio desse descarte, e o falsificador acabou adquirindo esse material. Essa parte ainda será aprofundada”, explicou.

Até o momento, não há registros de pessoas que tenham sofrido reações adversas após o uso dos produtos, mas a polícia apura possíveis prejuízos à saúde dos consumidores. “Recebemos reclamações sobre a falta de eficácia dos produtos, mas não há confirmação de danos diretos à saúde. De qualquer forma, vender um produto que não corresponde ao que está no rótulo já representa risco”, disse Ayres.

O delegado também fez um alerta à população. “É importante comprar produtos apenas em sites confiáveis e sempre verificar quem é o vendedor. No caso do repelente falsificado, a embalagem era de um modelo antigo e o produto estava sendo vendido em plataformas não oficiais.” Ele destacou que o investigado deve permanecer preso, mas não descarta a participação de outras pessoas no esquema. “Neste primeiro momento, ele permanece preso, pois ficou clara a autoria. A investigação, porém, vai continuar para identificar outros envolvidos”, finalizou.

Defesa

O advogado Walther Afonso ressaltou que seu cliente sempre atuou de boa-fé e encontra-se absolutamente tranquilo quanto à apuração, comprometendo-se a demonstrar isso durante a instrução processual. “Toda a documentação que comprova sua conduta regular está sendo reunida e será oportunamente juntada aos autos.”

(Murilo Aguiar - programa de estágio)

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