A Polícia Civil de Sorocaba segue em diligências para apurar a possível utilização de diplomas falsos por funcionários da Prefeitura de Sorocaba. A denúncia foi apresentada pelo ex-prefeito José Crespo contra o atual prefeito Rodrigo Manga (Republicanos) em 15 de abril. As informações são da Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo.

“Os servidores mencionados já foram devidamente identificados e a polícia solicitou a apresentação dos documentos para verificação de autenticidade junto às respectivas instituições de ensino, para serem analisados”, informa a pasta em nota. Já a Prefeitura de Sorocaba afirmou que “não foi formalmente notificada a respeito dos fatos relatados”.

Atuação do Ministério Público

O Ministério Público (MP) também recebeu a denúncia, mas representou pelo arquivamento do caso em 6 de agosto, após considerar que medidas corretivas já haviam sido adotadas — especialmente a edição da Instrução Normativa SERH nº 05/2025, que oficializou o novo procedimento de verificação de diplomas. Apesar do arquivamento administrativo, o MP determinou o envio de cópias do procedimento à Promotoria Criminal, para possível investigação penal sobre o uso de documentos falsos.

O que diz a prefeitura?

Em nota, a Prefeitura de Sorocaba informou que “todas as contratações seguem rigorosamente os trâmites legais previstos na legislação municipal, bem como rigorosos protocolos internos estabelecidos”. Reforçou que segue norma específica que prevê checagem direta junto à instituição de ensino responsável pela emissão do diploma, antes da nomeação de servidores.

Origem da denúncia

Segundo o ex-prefeito José Crespo, o caso teve início após a nomeação de uma servidora para cargo de direção sem a devida comprovação de escolaridade. “Mesmo afastado de cargos públicos, recebi em meu gabinete, como advogado, em abril deste ano, um grupo de servidores estatutários que trouxe denúncia fundamentada sobre um suposto esquema de produção de diplomas falsos dentro da Prefeitura de Sorocaba, inclusive com casos já comprovados”, afirma Crespo.

Ele disse ter levado o caso diretamente ao Conselho Superior do Ministério Público, em São Paulo, alegando “inércia de agentes locais”. Segundo o ex-prefeito, a denúncia envolveria a nomeação de “missionários de uma igreja em cargos de alto escalão, geralmente forasteiros que desaparecem em casos emergentes de direcionamento ou superfaturamento”.

Crespo também afirmou que o caso poderia alcançar a Prefeitura de Votorantim, administrada por Weber Manga (Republicanos), irmão do prefeito de Sorocaba. Assim, a Prefeitura de Votorantim foi procurada para comentar o assunto, mas não respondeu. O espaço segue aberto para manifestação.

Embora o Ministério Público tenha encerrado sua parte no processo administrativo, o desfecho criminal dependerá da conclusão das investigações conduzidas pela Polícia Civil. (Da Redação)