Para Amanda Carolina, de 27 anos, mãe do pequeno Lorenzo Miguel — com apenas um mês e 15 dias de vida — ainda é difícil encontrar palavras para descrever a situação vivida na madrugada de quarta-feira (15). Seu filho engasgou e ficou desacordado, levando-a, junto aos pais, a correr em busca de ajuda. O momento de desespero, no entanto, teve um desfecho positivo graças à rápida ação de policiais militares que atenderam ao pedido de socorro em frente ao quartel do CPI-7, na zona oeste de Sorocaba, ao realizar a manobra de Heimlich (técnica de primeiros socorros para casos de engasgo).

“Quando vi ele roxinho e molinho no meu braço, achei que meu filho tinha morrido. Eu gritava, pedia ajuda, não conseguia pensar em mais nada. Fiz as manobras (de Heimlich), ele chorou, mas depois ficou inconsciente de novo. A gente correu para o quartel porque não dava tempo de esperar o socorro. Só pensava em salvar meu filho”, conta.

Para ela, a forma como tudo aconteceu reforça sua fé. "Quando dobrei o joelho no chão e comecei a orar ali no quartel, foi como se entregasse tudo nas mãos de Deus.”

Amanda conta que ao ver os policiais tentando reanimar o bebê, sentiu que não estavam sozinhos. “Naquela hora, não era farda, não era patente. Eu vi anjos ali. Policiais que pararam tudo para salvar meu filho. Eles tentaram, tentaram, e conseguiram. Não tem preço o que eles fizeram.”

Hoje, com o filho bem, ela expressa gratidão — tanto pela ação dos policiais quanto pela rapidez no atendimento médico. “Se a gente tivesse demorado mais cinco minutos, talvez não desse tempo. Mas deu. E eu só consigo agradecer. Primeiro a Deus, depois a eles. Porque, sem eles, meu filho talvez não estivesse aqui hoje.”

Mais do que reviver o trauma, Amanda decidiu compartilhar sua experiência para alertar outras mães e pais. “Nunca imaginei passar por isso. A gente acha que sabe o que fazer, mas na hora trava. Agora vejo como é importante saber agir rápido, buscar a ajuda certa. E também confiar.”

Com o filho de volta em casa, saudável, Amanda afirma que o episódio mudou sua forma de ver a vida. “Deus me deu meu filho de novo. E isso não sai da minha cabeça. Agora, cada choro, cada suspiro, a cada amamentação… tudo tem outro valor. A gente só entende quando quase perde”, finaliza.

Manobra de Heimlich

A manobra de Heimlich é uma técnica de primeiros socorros para casos de engasgo, que usa compressões abdominais para expelir um objeto que está obstruindo as vias aéreas de uma pessoa. Em casos de engasgo em bebês menores de um ano, utiliza-se uma sequência de cinco tapas nas costas seguidas de cinco compressões torácicas.

Primeiro, se o bebê estiver engasgado (sem conseguir chorar, tossir ou respirar), é essencial chamar ajuda imediatamente. A Polícia Militar ou o Corpo de Bombeiros podem auxiliar, tanto na orientação via telefone ou presencialmente. Em seguida, posicione o bebê de bruços sobre o seu antebraço, com a cabeça mais baixa que o corpo, apoiando firmemente a cabeça e o pescoço. Com a base da outra mão, dê cinco tapas firmes entre as omoplatas, observando se o objeto é expelido.

Caso não funcione, vire o bebê de barriga para cima, ainda com a cabeça mais baixa, e faça cinco compressões no centro do peito, usando dois dedos, logo abaixo da linha dos mamilos. Continue alternando cinco tapas nas costas e cinco compressões no tórax até o bebê desengasgar ou até ele perder a consciência. Se o bebê desmaiar, inicie a reanimação e continue até a chegada do socorro.

Segundo as forças de segurança, não é indicado introduzir o dedo na boca do bebê a menos que veja claramente o objeto, pois isso pode empurrá-lo ainda mais. (Murilo Aguiar - programa de estágio)