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Leve redução

Cesta básica em Sorocaba cai 0,8% em setembro

Apesar da leve redução mensal, consumidores ainda enfrentam preços elevados em alimentos essenciais

11 de Outubro de 2025 às 20:30
Cruzeiro do Sul [email protected]
Batata e cebola registraram as maiores quedas de preço
Batata e cebola registraram as maiores quedas de preço (Crédito: FÁBIO ROGÉRIO)

A cesta básica sorocabana registrou uma redução de 0,8% em setembro de 2025 em comparação a agosto, passando de R$ 1.142,17 para R$ 1.133,07, o que representa R$ 9,10 a menos. O levantamento foi realizado pelo Laboratório de Ciências Sociais Aplicadas (LCSA) da Universidade de Sorocaba (Uniso), que analisa mensalmente o custo médio dos produtos essenciais no município.

Apesar da queda mensal, a pesquisa aponta que, em relação a setembro de 2024, a cesta básica acumulou alta de 6,26%, equivalente a R$ 66,74 a mais pagos pelos consumidores ao longo do último ano.

De acordo com o estudo, a redução em setembro ocorreu em sentido contrário à inflação oficial medida pelo IPCA-15, que registrou elevação de 0,48% no mesmo período. Os produtos que mais aumentaram de preço foram o achocolatado (6,56%), o sabão em barra (5,97%), o óleo de soja (3,64%) e a farinha de mandioca (3,17%). Já as maiores quedas ficaram por conta da batata  (-21,15%), cebola (-18,20%), ovo (-8,91%) e alho (-5,53%).

Nos supermercados de Sorocaba, alguns consumidores contaram que observaram nos últimos dias uma leve diminuição nos valores de alimentos. No entanto, a queda não tem sido suficiente para aliviar os gastos do mês ou modificar significativamente os hábitos de consumo.

Luiza Rocha, costureira de 57 anos, conta que faz suas compras apenas uma vez por mês, priorizando sempre os produtos mais baratos. Apesar disso, mantém o costume de escolher marcas que já conhece, com medo de se arrepender da compra e “perder dinheiro”. Ela afirmou não ter percebido redução significativa nos preços e diz que, mesmo comprando apenas o essencial, os custos continuam pesando no orçamento. Para complementar a despensa, Luiza adquire mensalmente uma cesta básica de uma amiga enfermeira que revende os itens, mas ainda assim considera os valores altos.

A dona de casa Roseli Aparecida, de 67 anos, adota uma estratégia diferente: prefere ir ao mercado semanalmente, pesquisando promoções e comparando preços entre diferentes estabelecimentos. Roseli notou a queda de preço em alguns produtos, mas considerou a diferença pequena. “Está um pouco mais barato, mas não o suficiente para fazer grande diferença no valor final da compra”, afirma.

Odete, de 55 anos, também dona de casa, relata que costuma fazer uma única compra mensal, escolhendo sempre as marcas mais baratas. Segundo ela, os produtos duram até o final do mês, mas é preciso controlar o uso e evitar desperdícios. “Tudo está muito caro, então tento aproveitar cada item ao máximo”, diz. Odete aproveita a carona da sobrinha para ir sempre ao supermercado, onde acompanha as promoções. No momento da entrevista, ela analisava os preços do óleo de soja, um dos itens que sofreu aumento. Ela estava procurando a opção mais barata.

Embora alguns preços tenham apresentado pequenas quedas, o cenário geral para os consumidores ainda exige cuidado, pesquisa e adaptação constante para manter o orçamento equilibrado.

Perspectiva

Segundo o economista Marcos Canhada, a maior oferta de produtos agrícolas nos últimos meses contribuiu para aliviar os preços de parte dos 34 itens que compõem a cesta básica sorocabana.

Ele explica que, nos últimos quatro meses, o valor da cesta apresentou sucessivas quedas, ajudando a amenizar os valores elevados registrados no final de 2024. Canhada avalia que, se as condições de boa oferta de produtos e o câmbio se mantiverem nos níveis atuais, a tendência de redução pode continuar nos próximos meses.

Em relação aos itens que apresentaram aumento, o economista destaca que é comum que parte dos produtos tenha elevação de preço. No entanto, ressalta que, quando isso ocorre em itens de menor peso no consumo das famílias, o impacto no valor final da cesta é pouco significativo.

Marcos cita ainda que a batata e a cebola registraram as maiores quedas, resultado da oferta abundante e do clima favorável nos últimos meses. Já no caso dos ovos, ele aponta que a menor demanda em setembro pode ter contribuído para a redução dos preços. (Maria Clara Campos - Programa de estágio)