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Condições de trabalho

Obra é suspensa após trabalhadores reclamarem de condições precárias e atraso de pagamento de FGTS

06 de Outubro de 2025 às 21:00
Cruzeiro do Sul [email protected]
Falta de água e de equipamentos de segurança e de trabalho estariam entre os problemas apontados
Falta de água e de equipamentos de segurança e de trabalho estariam entre os problemas apontados (Crédito: GABRIELLE CAMARGO PUSTIGLIONE)

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) Regional Sorocaba suspendeu as atividades de uma obra na rua Leopoldina de Moura Campolim, no Jardim América, em Sorocaba, na manhã de ontem (6). O fato ocorreu devido a condições precárias de trabalho, que poderiam comprometer a segurança dos funcionários, segundo o órgão governamental.

Conforme explicou o chefe da Regional de Fiscalização do Trabalho, Ubiratan Vieira, o número de funcionários era inferior ao necessário para a construção de duas torres de 25 andares: de 200 trabalhadores, havia apenas 50. A empresa responsável recebeu 14 autuações, além disso apresentava problemas com falta de equipamento de proteção individual (EPI), atrasos de pagamentos rescisórios, e o depósito do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

Denúncia

A denúncia ao MTE Sorocaba foi feita por Abraão Proença Macedo, 45, encarregado de elétrica da construção, que também contatou o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria e Construção de Sorocaba e Região (SINDISOR). Ele conta que foi demitido no mês de setembro por cobrar o pagamento de salário aos funcionários e que, além dele, sete outras pessoas também foram desligadas. De acordo com Abraão, nenhum deles recebeu o pagamento do FGTS, e além disso, as condições de trabalho na obra eram precárias: “tem esgoto no banheiro, ferramentas foram levadas embora por falta de pagamento do aluguel, nem faxineiro tem mais”.

Ubiratan Vieira, relatou que o canteiro era sujo e faltava equipamentos, podendo causar acidentes, comprometendo a segurança e a vida dos trabalhadores. Antônio Teodoro Santos, 67, carpinteiro, diz que sofreu um acidente na obra no dia 30 de julho: uma escora metálica teria atingido o pé do trabalhador. Mais de dois meses depois, Antônio precisa ser avaliado por um médico do trabalho para retornar ao trabalho, mas a construtora não teria disponibilizado a consulta.

Cerca de 16 funcionários entraram com processo contra a empresa. Segundo Edivaldo Gomes, secretário geral do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria e Construção de Sorocaba e Região, “haverá uma reunião no Ministério do Trabalho com o responsável da construtora hoje (7) para resolver esta situação”.

Posição

A empresa foi procurada pela reportagem do jornal Cruzeiro do Sul. Um dos responsáveis informou que estava levantando as informações sobre a situação e não teria detalhes para passar no momento. O espaço segue aberto. (Layla de Oliveira)