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Onça-parda é vista pulando muro de condomínio em Sorocaba
Especialista relaciona ocorrência a incêndios e crescimento urbano
Uma onça-parda foi vista em um condomínio de Sorocaba. O registro ocorreu na madrugada desta quinta-feira (2), às 4h, no Granja Olga Residencial, localizado no bairro Alto da Boa Vista, zona leste de Sorocaba. De acordo com a administração do condomínio, as câmeras de segurança registraram o felino próximo ao lago do Olga 2. As imagens mostraram o animal pulando um muro em direção ao trilho do trem.
Após o flagrante, a direção do residencial emitiu um comunicado oficial aos moradores. No texto, a administração confirmou a presença da onça e informou que medidas de segurança já haviam sido tomadas. Além disso, recomendou que os condôminos redobrem os cuidados em deslocamentos próximos às áreas de mata, especialmente no período noturno.
Motivos
Segundo o biólogo Marcello Saragossa, casos de onças-pardas em áreas urbanas têm se tornado mais frequentes na região. Ele lembra que, há cerca de duas semanas, um animal foi visto no centro de Vargem Grande Paulista, município localizado a aproximadamente 40 minutos de Sorocaba. “A nossa região é comum por ser o habitat natural dessa espécie”, destacou.
Entre os fatores que explicam esses deslocamentos, Saragossa aponta a fragmentação e a perda de áreas verdes, resultado do avanço da urbanização. “Quando os remanescentes florestais ficam isolados, os animais precisam percorrer distâncias maiores em busca de alimento, abrigo ou mesmo parceiros reprodutivos”, explicou. Outro agravante é a proximidade de rodovias, que aumenta o risco de atropelamento. Ele cita ainda a ocupação de áreas rurais e industriais em fragmentos de mata, como no caso de uma onça encontrada em julho deste ano em uma empresa de Salto, na Região Metropolitana de Sorocaba (RMS).
O especialista reforça que a presença de onças em áreas urbanas exige atenção, mas não deve ser encarada com pânico. “Caso encontrem uma onça, o ideal é evitar qualquer contato direto e acionar imediatamente os órgãos competentes, como a Polícia Ambiental ou o Corpo de Bombeiros. Também é importante proteger animais de criação durante a noite, manter cercas seguras e evitar deixar restos de alimento que possam atrair a fauna silvestre para perto de residências”, orientou.
Do ponto de vista da conservação, Saragossa defende medidas estruturais. Ele cita a necessidade de manter e conectar fragmentos de mata por meio de corredores ecológicos, além da instalação de passagens de fauna e sinalização em rodovias para reduzir atropelamentos. “É fundamental também fortalecer a fiscalização contra caça e destruição de habitat, além de ampliar o apoio a unidades de conservação”, concluiu.
A Polícia Ambiental foi procurada pela reportagem para mais informações e aguarda resposta oficial. (João Frizo - programa de estágio)
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