Ademir Barros dos Santos, de 77 anos, faleceu nesta quarta-feira (2), por volta das 7h50 da manhã, no Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS). O idoso, que morreu por choque séptico de foco urinário e doença renal crônica, esperou por horas um leito no hospital.

Segundo informações da família, Ademir procurou a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Zona Oeste no sábado (27), onde ficou internado. Na terça-feira (30), ele foi transferido para o CHS, no corredor do hospital e depois foi internado na emergência até o dia do falecimento, “ele ficou horas no corredor sem darem água nem refeição. Depois levaram ele para a emergência, de lá ele não saiu mais”, afirma uma das filhas.

O idoso não teve direito a acompanhante durante o período em que ficou no CHS, “exposto a falta de dignidade no corredor de um hospital e ele com 77 anos e não queria ficar sozinho”, conta a família.

Ademir Barros dos Santos, era mestre e doutor em educação, militante, historiador e escritor voltado para a cultura afrodescendente na cidade.

Segundo o Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS) as informações da família "não correspondem a realidade dos fatos." A nota segue:

"Paciente Ademir de Barros dos Santos, 77 anos, deu entrada no CHS dia 30/09, por volta das 14:30, vaga zero, vindo da UPH Zona Oeste. "Paciente vaga zero" refere-se a uma situação de emergência na qual um paciente com risco iminente de morte ou grave sofrimento precisa de atendimento hospitalar, mas não há vagas disponíveis na rede de saúde. O encaminhamento imediato do paciente é feito para um hospital, mesmo que não haja um leito pré-existente. Encaminhado do UPH Zona Oeste, para avaliação da clínica médica, paciente relatou que há 04 dias iniciou quadro de fadiga e dispneia aos mínimos esforços. Associado a isso, relata diminuição urinaria importante. Foram feitos exame necessários e identificado alguns problemas sérios. Foi aberto protocolo de Sepse.
Família acolhida e informada. Foi esclarecido sobre o estado do paciente no momento e orientada quanto aos horários de visita. Paciente teve que ficar de jejum para realizar os exames e tomografia. Explicado à filha que o Paciente estava tendo os cuidados como numa UTI. Foram liberadas 4 visitas, inclusive 1 a noite. Família mostrou-se tranquila com informações e agradeceram. Foi explicado que o caso do paciente era grave, reforçando o envio dele ao hospital como vaga zero.

Paciente foi cuidado e monitorado em todos seus momentos. O Hospital expressa sua solidariedade com a família nesse momento de dor, sabendo que ofereceu o melhor do atendimento de seus profissionais."