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Operação Vareio

PF combate quadrilha de roubo de cargas em Sorocaba e Salto

Organização movimentava R$ 40 milhões de reais; meta era de dois caminhões roubados por semana

01 de Outubro de 2025 às 10:57
Da Redação [email protected]
Foi identificada uma organização criminosa armada, cujos integrantes são especializados no roubo de caminhões
Foi identificada uma organização criminosa armada, cujos integrantes são especializados no roubo de caminhões (Crédito: Divulgação/Polícia Federal)

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira (30) a Operação Vareio, com o objetivo de combater crimes de roubo de cargas e caminhões e receptação em cinco Estados. Policiais cumpriram dois mandados de prisão temporária e um mandado de busca e apreensão em Sorocaba e Salto.

Além das prisões e buscas, também foram determinados o sequestro de bens e valores ligados à organização criminosa, em um total de R$ 40 milhões, e a suspensão de atividades de pessoas jurídicas que comprovadamente negociaram peças de caminhões roubados ou auxiliaram na movimentação financeira da organização.

Ao todo, 220 policiais federais e 205 policiais militares rodoviários do estado de São Paulo deram cumprimento a 35 mandados de prisão temporária e 49 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 2ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital, em endereços ligados aos investigados nos estados de São Paulo, Espírito Santos, Santa Catarina, Minas Gerais e Mato Grosso.

Os dois investigados apontados como líderes da organização criminosa, quando não participaram diretamente da execução do roubo, foram os responsáveis por recrutar integrantes que executaram as ações criminosa, que inclui manuseio de bloqueadores de sinal de celular, GPS e Wi-Fi, o que permite desengatar o cavalo da carreta sem gerar alerta em centrais de monitoramento, notas fiscais falsas.

Os roubos eram praticados com abordagem armada a veículos em momento, falsas contratações de fretes por aplicativos e abordagem violenta em locais de descanso de caminhoneiros.

Entre os integrantes da organização há um sócio administrador de empresa de rastreamento de veículos por satélite, o que permitia acesso privilegiado a informações sobre tecnologias como LoRa ou LoJack nos veículos.

A investigação, conduzida pela Delegacia de Polícia Federal em Campinas, juntamente com o Ministério Público do Estado de São Paulo, começou a partir de informações colhidas na Operação Cacaria, de maio de 2024.

Com o aprofundamento das diligências, foi identificada uma organização criminosa armada, cujos integrantes são especializados no roubo de caminhões, assim como nos seus desmanches e comercialização de suas peças, além da lavagem de capitais. São pelo menos 50 crimes patrimoniais entre agosto de 2024 e junho de 2025.

 

As peças, após o desmanche, eram comercializadas por receptadores situados em diversos Estados, inclusive por meio de marketplaces.

A ocultação do dinheiro obtido com as práticas criminosas ocorriam por meio de contas bancárias titularizadas por parentes, terceiros (laranjas e testas-de-ferro) e pessoas jurídicas.

A meta da organização era o roubo de, ao menos, dois caminhões por semana, o que, segundo estimativa deles, poderia gerar ganhos superiores a um milhão de reais por mês.

Os investigados, que em sua maioria já registram passagens por roubo, receptação, formação de quadrilha, tráfico, ameaça, falsidade e estelionato, vão responder, de acordo com suas condutas, aos crimes de exercer o comando e integrar organização criminosa armada, lavagem de capitais por intermédio de organização criminosa, roubo e receptação, cujas penas somadas ultrapassam 40 anos de prisão.

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