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Operação Sênior Safe

Deic combate golpistas da capital que atacavam idosos em Sorocaba

Criminosos agiam em agências bancárias da região; um deles foi preso em São Paulo

29 de Setembro de 2025 às 13:25
Beatriz Falcão [email protected]
O grupo atuava principalmente em agências bancárias na região de Sorocaba e no litoral
De acordo com o delegado-titular da Deic, Rodrigo Ayres (à esq.), o grupo atuava principalmente em agências bancárias na região de Sorocaba e no litoral (Crédito: Alisson Zanella)

A Polícia Civil de Sorocaba, por meio da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic), deflagrou a Operação Sênior Safe na manhã desta segunda-feira (29), com o objetivo de desarticular uma organização criminosa, responsável por aplicar golpes em idosos. Ao todo, três mandados de busca e apreensão foram cumpridos no bairro Brasilândia, em São Paulo, resultando na prisão de um dos envolvidos. Outros dois ainda estão foragidos.

O grupo era formado por três homens, que residem na capital, mas atuavam em agências bancárias na região de Sorocaba e no Litoral. De acordo com o delegado-titular da Deic, Rodrigo Ayres, para aplicar os golpes os integrantes manipulavam os caixas bancários, mudando o idioma e até mesmo a configuração da tela. O objetivo era confundir os idosos, que não conseguiam continuar com a operação desejada.

“Eles criavam um enredo para aplicar o golpe. Portanto, ao encontrar o caixa desconfigurado, as vítimas não sabiam como prosseguir. Com isso, um dos criminosos, também se passando por cliente, oferecia ajuda”, explica o delegado. “Desta forma, os idosos não percebiam que estavam sendo vítimas. O golpista, por sua vez, orientava que a vítima utilizasse outro caixa. Nisso, a conta corrente permanecia aberta no suposto caixa com defeito”.

Na sequência, o trio conseguia realizar saques bancários pela conta corrente do idoso. Ayres destaca que o foco principal do grupo era dinheiro em espécie, em razão da dificuldade de rastreabilidade. Além disso, os envolvidos escolhiam agir em períodos fora de expediente, quando havia pouco movimento na agência bancária, como nos sábados no período da manhã.

O crime também não se restringia somente a um banco. Os sujeitos aplicavam os golpes em diferentes agências e em diversas cidades, aproveitando as datas de início e de final de mês, momentos em que o pagamento de pensões e benefícios eram feitos. Em um único dia, conforme apuração da polícia, o trio conseguia aplicar o golpe em cerca de quatro bancos.

“As investigações começaram há cerca de quatro meses, com o nosso trabalho de inteligência. Nós notamos um aumento expressivo no registro de ocorrências, principalmente nesses períodos do mês de que os pagamentos eram feitos”, relata o delegado-titular da Deic.

Para manipular as máquinas, os integrantes da organização não utilizavam nenhuma tecnologia. Os caixas eram modificados, de forma muito rápida, a partir das configurações do próprio sistema. Imagens de câmeras de segurança mostram que, com poucos movimentos, os sujeitos conseguiam alterar o dispositivo.

Durante os mandados de busca e apreensão, os policiais recolheram celulares, roupas e outros objetos de interesse para a investigação. Esses itens, de acordo com Ayres, foram fundamentais para comprovar que o trio era, de fato, responsável pela aplicação dos golpes.

Até o momento, não há um número concreto de vítimas. Conforme o delegado-titular, muitas denúncias foram recebidas. Em relação ao prejuízo, os valores também não foram consolidados. As investigações seguem em andamento, com o objetivo de efetuar a prisão dos outros envolvidos.

Orientações e cuidados

Diante deste cenário de golpes frequentes, o delegado Rodrigo Ayres orienta alguns cuidados. Entre eles, é não aceitar a ajuda de estranhos em bancos e evitar ir em horários fora do expediente.

“Se for inevitável, a recomendação é que leve uma pessoa de confiança, que possa ajudar diante de uma dificuldade”, finaliza Ayres.

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