A Prefeitura de Votorantim implementou medidas de contingência nas operações para recuperar as finanças do município. A informação foi divulgada em um comunicado da Secretaria de Administração (SEA), enviado na quarta-feira (24) aos servidores públicos municipais. Segundo o documento, as medidas têm início imediato e devem continuar até 31 de dezembro. O prazo pode ser prorrogado, se necessário.

De acordo com o comunicado, haverá redução na jornada de trabalho. Com isso, a Prefeitura funcionará de segunda a sexta-feira, das 12h às 18h. Já o horário de expediente ao público será das 12h15 às 17h45.

As férias dos trabalhadores públicos também serão afetadas, pois serão válidas apenas as obrigatórias, que deverão ser tiradas integralmente, sem a possibilidade de pagamento em dinheiro, e as horas extras serão suspensas. O documento ressalta que casos excepcionais serão analisados pelo secretário da pasta e liberados somente após o consentimento do prefeito.

“Para preservamos a continuidade do atendimento e da prestação dos serviços, com qualidade, aos munícipes, e o cumprimento das despesas com salários e operações administrativas da Prefeitura, implantaremos algumas medidas, como redução temporária da jornada de trabalho. Sendo necessário temporariamente, acionar este contingenciamento para realizarmos compensações e o reequilíbro das contas públicas municipais", informa um trecho do documento. 

"Ressaltamos que esta é uma ferramenta estratégica e temporária para garantir a continuidade das operações e a recuperação econômica da Prefeitura de Votorantim”, declara o Secretário de Administração (SEA), Cláudio Toledo de Camargo, no comunicado.

A Prefeitura de Votorantim informou que a secretaria responsável está em contato com o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais. A reportagem tentou falar com o sindicato, mas não obteve retorno.

Crises

Logo que assumiu o mandato, em janeiro de 2025, o prefeito de Votorantim, Weber Manga (Republicanos), anunciou uma crise financeira na Prefeitura. Na ocasião, ele disse que a fonte 1 (recursos de arrecadação de impostos) havia sido utilizada pela gestão anterior para pagar obras e outros projetos. Com isso, faltaram cerca de R$ 6 milhões para a quitação das férias dos servidores, o principal problema constatado naquele momento.

Na época, a ex-prefeita Fabíola Alves (PSDB) classificou as declarações de Weber Manga como precipitadas e as lamentou. “(...) Com menos de três dias de governo e sem ao menos conhecer o sistema financeiro da cidade, apresenta um cenário que não condiz com a realidade”, disse, em nota.

Em junho, o Cruzeiro do Sul divulgou que a Prefeitura retirou R$ 9,6 milhões das secretarias de Obras, Meio Ambiente, Cultura e Esporte para suplementação à Secretaria da Educação.

Segundo a administração municipal de Votorantim, a justificativa técnica teve o objetivo de assegurar a continuidade e a plena execução dos serviços educacionais no município.

Já em agosto, a Prefeitura de Votorantim informou que crianças de até 11 anos passariam a procurar atendimento na UPA Central. Até então, os serviços eram realizados na UPA Infantil. Segundo o Executivo, o motivo da mudança, naquela ocasião, foi a readequação dos serviços de saúde e do quadro de colaboradores, visando maior economia nos recursos financeiros do município. O prédio da UPA Infantil foi fechado, e os pediatras passaram a atender na UPA Central.