O incêndio que atingiu a Floresta Nacional de Ipanema (Flona), entre Araçoiaba da Serra e Iperó, foi controlado no quarto dia, ontem (22), mas ainda exige atenção das autoridades. Embora as frentes de fogo tenham diminuído devido à chuva, a situação segue em risco moderado, pois havia ontem registros de pontos quentes e áreas com focos ativos, que podem se reavivar caso as condições climáticas piorem.

Segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), cerca de 40 brigadistas permaneciam em campo desde a madrugada de ontem, atuando no monitoramento e no rescaldo das áreas mais críticas. A chuva de ontem trouxe alívio, mas não foi suficiente para apagar totalmente as chamas.

A administração da Flona estima que o fogo já tenha consumido aproximadamente 900 hectares de vegetação nativa, o que corresponde a cerca de 20% da área total da unidade de conservação. A Defesa Civil de São Paulo classifica este incêndio como o segundo maior da história da Floresta Nacional de Ipanema, atrás apenas do registrado em 2020, quando cerca de 40% da área foi atingida.

A Flona é uma área de proteção federal com grande relevância ambiental e histórica, abrigando remanescentes da Mata Atlântica, espécies ameaçadas de extinção e as ruínas da Real Fábrica de Ferro de Ipanema.

No domingo (21), as ações de combate se concentraram no uso de aeronaves e brigadas terrestres. Duas aeronaves — o helicóptero Helimarte, cedido pelo ICMBio, e o helicóptero Águia 2, do Comando de Aviação da Polícia Militar (CAvPM) — realizaram 166 lançamentos com a caçamba do tipo Bambi Bucket, despejando 63.627 litros de água sobre os principais focos.

No solo, além dos brigadistas do ICMBio, atuam integrantes do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil, com apoio de funcionários da própria unidade de conservação.

Alerta sobre golpes

O ICMBio emitiu ontem um alerta para a população, informando que instituto não solicita doações via Pix e não autoriza arrecadações em seu nome. Foi suspenso o recebimento de materiais e a inscrição de voluntários, para evitar tumultos e a circulação de pessoas não autorizadas na área afetada.

“Estamos perdendo tempo precioso tentando conter excesso de pedidos de entrada na Flona com doações ou voluntariado fora dos canais oficiais”, destacou o ICMBio em comunicado. (Da Redação)