O fechamento do período noturno em algumas escolas estaduais gerou dúvidas e preocupações após o envio de comunicados aos alunos e a realização de reuniões nas unidades. A Escola Estadual Brigadeiro Tobias teria os cursos noturnos dos 2º e 3º anos do ensino médio cortados. Após manifestações nas redes sociais e em frente à escola, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Sedu) informou que as aulas à noite serão mantidas para essas turmas. No entanto, os alunos ainda pedem aulas noturnas para o 1º ano.

As escolas estaduais Genésio Machado e Aggeo Pereira do Amaral, em Sorocaba, terão o período noturno encerrado. O mesmo acontecerá com a escola Antonieta Ferrarese, em Votorantim, que passará a atender apenas o ensino fundamental.

Segundo a Sedu, o ensino noturno na escola Brigadeiro Tobias permanece, para 2º e 3º anos, sem a necessidade de os alunos já matriculados apresentarem comprovação de vínculo empregatício. Atualmente, a unidade não oferece aulas à noite para o 1º ano. A Sedu informa que novas turmas da 1ª série do ensino médio poderão ser abertas em 2026, caso haja demanda de alunos com vínculo empregatício. Os alunos que trabalham na área rural podem apresentar uma declaração do empregador.

A Escola Genésio Machado, na Vila Santana, encerrará em 2025 a última turma da 3ª série do ensino médio noturno. Na Escola Aggeo Pereira do Amaral, no Jardim Cruzeiro do Sul, as aulas noturnas também serão encerradas a partir do ano que vem.

“Os alunos que não trabalham poderão continuar seus estudos no período integral nestas escolas, já os estudantes que têm vínculo de trabalho terão prioridade no período noturno da Escola Estadual Antonio Padilha (Centro), que será a escola polo para atendimento de estudantes trabalhadores em Sorocaba”, informou a Sedu. Os estudantes que morarem a mais de dois quilômetros de distância da unidade terão direito ao transporte escolar na modalidade passe livre.

Em Votorantim, de acordo com a pasta, também não haverá aula noturna na Escola Antonieta Ferrarese, na Vila Sônia, a partir de 2026. A unidade passará a atender apenas estudantes do ensino fundamental.

“Os alunos que não trabalham poderão continuar seus estudos em período integral na Escola Estadual Clotilde Beline Capitani (localizada no Jardim Archila). Já os estudantes com vínculo de trabalho terão prioridade no período noturno da Escola Estadual Armando Rizzo (no Jardim Araújo), que será a escola polo para atendimento de alunos trabalhadores em Votorantim”, de acordo com a Sedu. Os estudantes que residirem a mais de dois quilômetros da escola também terão direito ao transporte escolar gratuito,

A Secretaria da Educação concluiu a nota dizendo que todas essas mudanças seguem a Resolução Seduc nº 115/2025, legislação vigente que trata do ensino médio noturno e define para quais estudantes essas turmas são destinadas.

Pais

A mãe de uma aluna da escola Aggeo Pereira recebeu com surpresa a informação. A mulher, que prefere não se identificar, disse que, na última reunião de pais e responsáveis, foi informado que no próximo ano não haverá mais o período noturno, apenas o integral, em dois turnos: das 7h às 14h e das 14h30 às 21h30. “Muitos alunos estão preocupados por questão de trabalho. Inclusive, muitos se inscreveram em cursos técnicos”, disse.

A preocupação também atingiu os pais e alunos da Escola de Brigadeiro Tobias. No entanto, após protestos, eles conseguiram reverter a situação. A balconista e serviços gerais Cláudia Cristina Velloso Rodrigues tem um filho que está no 2º ano noturno na unidade. Ela conta que ele trabalha para ajudar em casa, entra na empresa às 8h e sai somente às 18h. “Chega em casa, toma banho e vai para a escola.”