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Antigas oficinas da EFS continuam abandonadas

17 de Setembro de 2025 às 22:00
Cruzeiro do Sul [email protected]
Galpões ficaram sem a cobertura de telhas metálicas
Galpões ficaram sem a cobertura de telhas metálicas (Crédito: FÁBIO ROGÉRIO (12/9/2025))


Sorocaba nasceu e cresceu ao som dos apitos e do ranger metálico dos trens. A cidade, que se desenvolveu transportada pelos “cavalos de aço”, hoje convive com os esqueletos da antiga era de ouro. Estruturas resistem mais como testemunho histórico do que como parte ativa da mobilidade urbana. Entre a memória da glória ferroviária e o abandono atual, a cidade convive com um legado que ainda provoca debates sobre preservação, revitalização e futuro do transporte sobre trilhos.

O antigo complexo ferroviário da Estrada de Ferro Sorocabana (EFS), que possui entrada pela rua Comendador Hélio Monzoni, é um dos que mais sofrem com o vandalismo. Pessoas que moram próximas ao local relatam movimentações durante a madrugada, incluindo até caminhões que seriam utilizados para o transporte de materiais.

Segundo a Sorocabana Movimento de Preservação Ferroviária, existem projetos para a área. No entanto, há questões jurídicas pendentes.

Atualmente, a empresa Rumo Logística seria a responsável, mas existem planos, inclusive, para utilização da região na implementação do Trem Intercidades (TIC) Eixo Oeste, do governo estadual. Neste projeto, apenas parte dos galpões seria mantida.

A Rumo informou, que os galpões ferroviários estão desativado. A empresa afirma que, em 2022, um caminhão invadiu a área e indivíduos ainda não identificados vandalizaram o telhado, que estava em perfeitas condições. Desde o ocorrido, nenhuma obra foi realizada no local. Os telhados são de metal, material que atrai interesse por ter valor de mercado, diferentemente de outros galpões que possuem telhas de fibrocimento.

O Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico, Turístico e Paisagístico de Sorocaba (CMDP) informou que o local é de responsabilidade do governo federal. A prefeitura teria solicitado a doação da área, mas ainda não obteve resposta.

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) reafirmou que a área é de responsabilidade da concessionária Rumo. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) também foi procurada, mas, até o momento do encerramento desta reportagem, não havia respondido. (Vernihu Oswaldo)