Entrevista
15º Grupamento de Bombeiros tem novo comandante
O 15º Grupamento de Bombeiros (GB) da Polícia Militar do Estado de São Paulo, que possui sede em Sorocaba e atende 78 municípios da região, está com um novo comandante, o major Nerval Correia Filho. Com 26 anos na Polícia Militar e 15 anos no Corpo de Bombeiros, ele retorna à cidade, após um período na capital paulista, para assumir a gestão do grupamento.
O 15º GB também tem um novo subcomandante, o major Adriano Augusto Freitas de Brito. Os dois responderam a perguntas do Cruzeiro do Sul, sobre objetivos, expectativas e desafios a serem enfrentados.
O aumento da população em cidades da região exige um bom gerenciamento de recursos humanos na corporação e equipamentos adequados para o atendimento das ocorrências. O fogo em vegetação provocado pela estiagem prolongada é uma das preocupações atuais dos bombeiros. O combate às queimadas mobiliza equipes, ao mesmo tempo que há necessidade de atender outros tipos de ocorrências
Cruzeiro do Sul (JCS) - Para começar, quais as expectativas para seu retorno ao 15º GB?
Nerval Correia Filho - Então, a unidade trabalha em uma área extensa, uma fatia do Estado de São Paulo de 78 municípios, que integram a região de Sorocaba. Nós temos 26 postos de bombeiros em 23 municípios, mas atendemos 78 municípios nas mais diversas frentes.
Por exemplo, nós atendemos ocorrências de resgate, de incêndio, de salvamento, além da responsabilidade de emissão de alvará do Corpo de Bombeiros, uma segurança contra incêndio para as edificações. A nossa expectativa é melhorar a atuação cada vez mais, diminuir o tempo de resposta para a população.
JCS - E quais os desafios?
Nerval - Atualmente, temos cerca de 500 bombeiros para nossa área de atuação e o nosso principal desafio é toda essa gestão de recursos humanos, materiais, viaturas, a manutenção dos quartéis e, inclusive, a criação de novos. Com o aumento da sociedade, da população, alguns municípios, que antes não tinham unidades do Corpo de Bombeiros, agora possuem essa necessidade.
JCS - O senhor chegou a trabalhar por um período no 15º GB em 2010. O que mudou dessa época para agora?
Nerval - O efetivo era menor, havia menos quartéis, a população era menor, a cidade de Sorocaba era menor, não tinha tanto trânsito. Então as dificuldades, consequentemente, também eram menores. Mas agora, com modernização de muitas coisas, nós temos que nos adequar, fazer uma gestão melhorada para atender a toda essa demanda.
Além disso, esta é a época mais movimentada, o fogo em vegetação acaba sendo mais propício e mais trabalhoso. Esse tipo de ocorrência demanda mais tempo do homem combatendo o incêndio, e nós não podemos descartar as outras ocorrências, de salvamento veicular, os acidentes nas rodovias, então tudo acaba havendo essa concomitância de ocorrências.
Subcomandante
O novo subcomandante do 15º GB, major Adriano Augusto Freitas de Brito, também já trabalhou em Sorocaba e veio de Campinas
JCS - Como o senhor enxerga a sua volta ao 15º GB?
Adriano Augusto Freitas de Brito - Eu tive a sorte e a honra de poder retornar para a unidade. E as expectativas são as melhores. Melhorar a unidade, o funcionamento dos serviços, a partir da parte que me cabe no subcomando, como: orientar os processos para o melhor atendimento à comunidade, melhorar os nossos processos internos com relação à renovação de equipamentos e aplicação de novos treinamentos. Nosso objetivo é sempre aprimorar o atendimento ao cidadão.
JCS - Anteriormente, o senhor estava em Campinas, atendendo as regiões de Jundiaí, Piracicaba, Sorocaba e da própria Campinas. Acredita que essa bagagem será útil no cargo de subcomandante do 15º GB?
Adriano - A oportunidade que eu tive de observar o funcionamento em Campinas, cidade tão grande quanto Sorocaba, com um fluxo de ocorrências e de demandas similar, vai ser muito importante.
Aqui, nós enfrentamos demandas parecidas, com uma vasta malha rodoviária e duas grandes áreas de bacias hidrográficas que são alagadas: a represa de Itupararanga, em Votorantim, e a represa de Jurumirim, próximo ao município de Avaré. Essas são regiões que demandam, além das ocorrências típicas de bombeiro, resgates de afogamento no período do verão.
Portanto, acredito que a experiência em Campinas vai ajudar a melhorar os atendimentos e atender, de uma maneira mais rápida, as necessidades das nossas vítimas e da nossa população.
JCS - Do seu ponto de vista, quais são as principais demandas para Sorocaba?
Adriano - As demandas de bombeiros seguem uma tendência em todas as grandes regiões, tanto em relação ao número de população, quanto às questões da área de interesse dos bombeiros, que são os riscos presentes. Então, as rodovias apresentam um nível de risco, que são os acidentes automobilísticos. Nos grandes centros urbanos há problemas relacionados às ocorrências envolvendo incêndio estrutural e edificações.
Já nas áreas de transição urbana-rural, os problemas de incêndio em vegetação, que põe em risco as edificações, depósitos, áreas de empresas. Além dos incêndios em áreas rurais.
Então, é um mapa de risco bem diverso e que emprega para nós uma grande habilidade de gestão de meios e recursos para atendimento. Portanto, temos que nos desdobrar para utilizar esses recursos da melhor maneira possível para ser eficiente nos combates e nos atendimentos.
Galeria
Confira a galeria de fotos